sábado, 29 de agosto de 2015

"BIFE" NA EDUCAÇÃO, SÓ SE FOR NA MERENDA


            Lamentável as notícias que prenunciam a escolha do gestor da Secretaria de Educação do município de Campo Grande. PT pegando pesado e impondo um nome que nada tem a acrescentar. Bife na Educação só se for na merenda das crianças. Afff! Vamos ficar de olho, professores que se cuidem, o passado do "dono da fábrica de giz" tem muito a nos dizer.  A passagem de “bife” no Congresso foi tão boa e profícua que não conseguiu reeleger-se, e, agora, que está ao leu, sem eira nem beira, nem de seu próprio partido que ainda manda nesse país, sem nadica de nada, seus "cumpanheiros" de todas as estirpes e escalões, visando abocanhar um pedaço do poder municipal, estão encontrando a brecha para impor o “bife” sem ser na merenda escolar. Que a classe se rebele e mostre ao alcaide que errar é Humano, mas errar de novo, agora por excesso de zelo (compromisso com certa linhagem de partido), será fatal. Se o “antigo-ex-agora- novo-prefeito” quiser poderá até fazer uma gestão capaz de reelegê-lo, mas, se não atacar de frente os problemas cruciais que deixaram a morena á míngua e de quatro no chão, principalmente, nas áreas de SAÚDE e EDUCAÇÃO, será fritado e banido, só que, agora, pela população. E, como prenuncia-se que o "bife" não vai pra merenda das crianças, só temos a lamentar. Enquanto o Brasil grita "FORA PT", o PT de MS, aliado ao PPS e ao PDT, volta e se impõe numa prefeitura e numa gestão fragilizada. É esperar pra ver, e, lamentar.
            O povo ressabiado não acredita em mais nada. Com nove vereadores investigados pela Polícia Federal e o Ministério Público, com um sujeito que ocupava a prefeitura e outro que ocupava a presidência da Casa de Leis afastados, Campo Grande entrou na “moda” da safadeza e da corrupção que assola o país. Por outro lado, os “quatro” cavaleiros do Apocalipse que se rebelaram contra o “coffee breack” da grife solurb-amorim, agora, estão se achando os grandes mosqueteiros e posam como os íntegros postulantes da lei. Não soubéssemos nós que alguns deles precisariam de uma revisão das contas de campanha, no TSE. Um vereador, um dos que garantiram a estapafúrdia gestão-olarte-dos-infernos, está blindado. Apesar dos vídeos que rolam nas redes, essa pessoa ainda nem foi mencionada. Por quê? O povo quer saber.
            Senhor prefeito, seu retorno é tênue e pode desmoronar a qualquer momento por outra liminar. Seus dias estão contados e sua gestão tem a duração de 24 horas, todos os dias, pois pode amanhecer e não adormecer no cargo. Tenha juízo, não se deixe manipular, não se deixe levar por nomes impostos pelos cavaleiros do apocalipse, estes, sim, blindados pelos voto popular. Se tudo der errado, eles voltam aos seus lugares.
            Triste morena, que se vê arrolada por uma quadrilha de mandantes que extrapolam a esfera dos seus gabinetes de gestão. Sabe-se, hoje, que o governante-mor não sentava na cadeira do Paço, mas governava do seu gabinete empresarial, com a abertura do seu cofre, oferecendo migalhas de sua riqueza. Olha, Prefeito, foi muito fácil, sua cassação, custou apenas alguns cafezinhos. Seu retorno ainda não muito bem entendido. É certo que faça um limpa nos “comissionados”, mas, mais certo ainda, é saber quem serão seus aliados, de agora (lembra dos samis?). Por isso, todo cuidado é pouco, olhos bem abertos, principalmente, porque, os problemas da Educação não serão resolvidos com bifes, a não ser que a intenção seja melhorar a merenda escolar.

            Por último, não se esqueça nunca do ditado popular “diga-me com quem andas e te direi quem és”; ou, “diga-me quem és, que eu te direi com quem andas”. Tanto faz! O PT em ruínas, o PDT e o PPS oportunista de sempre, estão de olhos e bocas bem abertas. Cueca de aço, Prefeito, é com o que desejamos presenteá-lo nesse momento de muito oportunismo, “cumpanheirismo” e absoluta solidão que preenchem suas 24 horas por dia, cruciais.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A vilania da capatazia


            O capataz é aquele que gere a riqueza que não é sua, domina o que não é seu, faz o que o chefe mandar, age pelo que o mandante não age; são suas as mãos sujas que ferem, que roubam, que violentam, que caneteiam, engavetam, em segundo, terceiro, quarto e último escalão. Em troca de míseros trocados de um cargo, de um pixuleco qualquer, cujo rendimento vai alça-lo às filas dos “outbacks”, dos “hondas” e das “rovers”; aos resort luxuosos, ao vinho mais caro, ao whisky mais antigo; as grifes internacionais.
            O capataz é o escalonado que faz e desfaz, em nome do dono; sim, ele tem dono; é fiel em sua empreitada; é empreiteiro de mandados, aceita qualquer negócio, se vende e se prostitui por qualquer trocado; quer apenas se dar bem. Por ser indigno, envilecido, não precisará apresentar currículo para o exercício de sua função, aliás, prescindirá de qualquer formação acadêmica, precisará apenas de sua argúcia, esperteza e sagacidade para escamotear, sabotar com toda sua vil competência, sem qualquer tipo de escrúpulo. Esse exemplar proliferado em todos os lugares: repartições, empresas, igrejas têm tido lugar garantido na esteira de um mercado cuja ganância, competitividade, distinção predominam. Esquece o capataz, que tudo isso, também, o introduz nas entranhas do inferno, o conduz irremissivelmente, às dores cruciais do remorso e do ranger de dentes, ainda, mesmo, aqui, nesse espaço-tempo do agora, nessa vida, até antes dos sete palmos e do caixão de luxo.
            A indignidade, a falta de decência, a prática dos mais baixos costumes envilecem o ser humano. Contra essa chaga não há remédio, não há purgativo, não há oração! O acometido nem se enxerga como tal; não se reconhece como pária da sociedade e, muito menos, procura a cura de sua doença moral. No entanto, ser indigno tornou-se item curricular, ainda, imprescindível, no mundo de hoje (já em ruínas). Ainda se imagina ser preciso ter ao lado, mexendo na podridão, indivíduos que não se importam em chafurdar na incúria do mal feito, infringir leis e fazer o diabo, em nome e no lugar de quem detêm o mando, a propriedade, a riqueza e o poder. Essa é a triste função da capatazia; intermediação entre o opressor e o oprimido; também, conhecida como assessoria, cargo de confiança, gerência, gestão, ficha suja.  
            Os capatazes vicejam, perduram e perpassam por governos e partidos; são úteis. Agem como coveiros, cuidadores de porcos - longe dos ambientes de trabalho honesto desses profissionais - porque precisam mexer na lama, cavar o chão, enterrar quem possam, em nome do pseudo poder de um cargo, em nome de um chefe, objetivando simplesmente a sua sobrevivência, e, até, prosperidade, dependentes de generosas sobras das mesas dos seus donos.  São capatazes, intermediários, nada mais, dependem de si mesmos, de suas vontades de serem o que são.
Mas, a vida segue, o tempo corre e esses vis serviçais, sem mesmo se aperceberem, já fenecem, em vida - de dentro de suas câmaras mortuárias ambulantes, do conforto de seus home theater, nas cadeiras estofada de seus gabinetes - dominados ainda pela crença de que dominam, mandam e reinam.
            Salvem todos aqueles que, tendo passado pela dura prova do convite, negaram-se a esse ofício imundo, preferindo trilhar o caminho da digna, honrada e dura vida dos milhões de comuns mortais, que acordam, lutam e adormecem sem terem prejudicado a uma única alma, sem terem-se apropriado de um único bem que não lhes pertença. Salvem os honrados, os que já conseguem enxergar que estamos vivendo um novo momento histórico-energético no planeta Terra. Nesse tempo, eles, os capatazes, já começam a ser reconhecidos e identificados. Distinguir-se-ão, não pelas roupas de grife que enfeitam seus cadáveres ambulantes, mas pelo rastro que deixam em seus fracassados caminhos. Haverá o dia em que o poder e a riqueza prescindirão de suas “competências”. Esse momento está chegando, já se pode vislumbrar logo ali, no horizonte que já vem.

Maria Angela Coelho Mirault – Professora, Doutora e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo.

http://mamirault.blogspot.com.br