quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

DE ONDE VEM A CORRUPÇÃO NA OMEP/MS

          
            A OMEP- Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar – é uma organização movida pelo trabalho voluntariado. Ponto. Já há alguns anos, a Omep/MS deixou de o ser. O caminho da derrocada iniciou-se, na gestão Serrano, durante a qual, o, então, prefeito municipal Juvêncio César da Fonseca - a pedido da então presidente - promoveu a absurda cedência - com honorários pagos pela Prefeitura - de dezenas de “voluntárias”, deslocadas das direções de escolas municipais, pós “reinado” de Levy Dias. Nesse momento, o pilar do voluntariado já fora vilipendiado. Nessa época, a fundadora da instituição, seguida por alguns membros integrantes da diretoria,  afastaram-se da entidade, que, já, àquela época, iniciava o caminho para a derrocada que vimos, hoje, estampada nas páginas policiais de jornais e redes sociais.

Mas, adiante, a OMEP/MS, atendendo ao conselho do então presidente da OMEP/Brasil, Pedro Demo – eterno consultor pago pelos cofres municipais, e, nessa gestão, pelos cofres do Estado - durante a gestão da atual Secretária de Estado da Educação, passou - a título de auferir recursos próprios - a oferecer cursos de capacitação, ampliados por reivindicações e recebimentos de verbas públicas, sob a capa de convênios com a Prefeitura Municipal de Campo Grande, a partir da gestão André Puccinelli, seguida por Nelsinho Trad.  Além da promoção de encontros e congressos – até internacionais - que nunca foram auditados, flagrados, denunciados pelo seu Conselho Fiscal, muitos recursos entraram - sob a fachada de Organização sem fins lucrativos - e, fez com que seu “crescimento  assombroso” ,e, a corrupção, agora, desvendada, andassem de mãos sujas, e, dadas, levadas mundo a fora, como experiência de sucesso.

Tais gestões fraudulentas e corruptas deveram-se, sem dúvida, em continuidade a sucessivas reeleições da atual presidente encarcerada. Implantaram-se gestões parcimoniosas e escolhidas a dedo, politicamente, dando  estofo e cobertura necessários ao status quo vigente.  A atual presidente da OME/MS e seu genro, encarcerados, eram verdadeiros donos desse patrimônio e desse latifúndio. Muita grana entrou nessa organização, envergonhando a todos cujo ideário primeiro conjugava-se com o da Professora Laura Jacobina (RJ), fundadora da OMEP/BR, de quem a primeira presidente e sua fundadora recebera autorização para a abertura da OMEP, em Campo Grande – naquela época, ainda, unificada à Cuiabá.

Que os que estão chamados a responderem pelos crimes praticados na OMEP/MS não paguem parcialmente pelo que fizeram, sob estrito apoio de gente de gabarito muito mais alto do que o deles. Que a investigação siga e chegue realmente a quem gestionava, politicamente, a instituição. Sem panos quentes; dando a César o que é de César.

Creio na Justiça que tarda, mas não falha. Chega de espertos e corruptos sob o manto da seriedade! Que os culpabilizados, de agora, prestem seus esclarecimentos à Justiça e conduzam os promotores do MP aonde devem, e, precisam, chegar. Auditoria, já. Destituição de toda a diretoria conivente com os crimes praticados. Intervenção!

Não nos calemos, muitos de nós, que, de fora, víamos a olhos nus, os conchavos, acordos, e, práticas abusivas perpetrados por toda uma verdadeira quadrilha que, um dia, reuniu inúmeros educadores confiantes nesse prestígio nacional e internacional da OMEP.

Profundamente, envergonhados pelos destinos de uma instituição que nasceu, sob o princípio do voluntariado e o intuito de oferecer atendimento à criança pequena, o que se deseja, agora, é, que tudo esteja muito bem esclarecido. Precisamos salvar a instituição, doa a quem doer. Mas, da forma como deve ser. Que Marquinhos Trad não entre nessa roubada e fundamente-se.

Com a palavra as gestões de André Pucinelli e de Nelson Trad Filho, em cujo período, exercia a Secretaria Municipal de Educação, a atual Secretária de Estado de Educação, ex-presidente da OMEP, em cujo mandato, iniciaram-se os convênios e as capacitações. Com a palavra, além dos investigados, Vital Didonet, da Omep/Brasil e o TCE. Por fim, “delação premiada”, urgente.


Maria Angela Coelho
Professora doutora pela PUC de São Paulo

Integrante da Diretoria OMEP/MS (1984/86)

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Não, ao seu “Ninguém”

            
            A hora é de decisão. Hora de Ação!
            Elegemos 31% de vereadores sem qualquer graduação: um com ensino fundamental; cinco com ensino médio; alguns com problemas sérios na justiça (talvez todos graduados, porém). Talvez esteja se evidenciando com muita clareza o tamanho da ignorância (daquele que ignora) em relação à análise dos graves fatos que nós, a sociedade, enfrentamos. Somos conectados; temos smartphones, ipedes, tecnologia de ponta que desnuda o cotidiano e só falta falar por si própria. Mas, a ignorância faz com que ainda se utilizem na propaganda política eleitoral recursos e ferramentas da década de 70, 80 – se é que não podemos nos referir à época de Josepf Goebbels. É de matar, de raiva e de rir. A “adesivagem” de carros nas ruas, por exemplo, é um grande desperdício de recursos. Bobos nem nada, muito poucos se deixaram rotular, expondo-se por essa mídia do século passado. Ainda bem que as camisetas, as dezenas de bandeiras e bandeirolas, os outdoors, os muros coberto com cartazes e caras esquisitas, as comilanças foram impedidos de emporcalhar nosso ato cívico de votar. Devagar, quase parando, “com passo de formiga e sem vontade”,vamos melhorando! Novíssimo tempo.
            Embora tenha gostado de ver a cidade limpa desses entulhos, estou perplexa com a “qualidade” de alguns dos edis eleitos. Como conseguiram, me pergunto. Preocupada com a frieza desse primeiro e segundo turnos com relação à campanha e aos candidatos; um dos quais - queiram, ou não, as abstenções – terá o poder da caneta e irá influir diretamente em nossa vida, por 4 longos anos. É bem verdade que os selecionados oponentes dizem menos do que falam. Leem textos produzidos por outros neurônios que não os seus. Muitas vezes, escritos com bílis e sangue. A Corte do Parque das Primaveras perdeu-se num emaranhado de má-abordagem, péssimo marketing e muito mimimi. Aquele jeito coronelista de se fazer política, envolvendo funcionários “leais” já era! Cabrestear pessoas está difícil; só os servis se obrigam a prostituir-se nessas campanhas políticas sem verdade; inodoras e insossas.
            Não é preciso que sejamos demógrafos, geógrafos, sociólogos, economistas para constatarmos que nossa cidade está à beira de um colapso. Vista como entreposto comercial, ainda, nos parece que para cá, qualquer coisa serve; tudo pode ser mais ou menos; remendado: “o que for possível” será suficiente. Só que não. Mas, os Programas prometem a maquiagem em tudo que o Orçamento, já votado (?), permitir. Ou seja, Orçamento comprometido: a promessa é  n-a-d-a!
            De todo modo, não é hora de lamúria nem pieguismo para tenta laçar um pobre de um eleitor indeciso. Urge que os marqueteiros e assessores usem da capacidade assertiva. Quem sabe, da inteligência emocional de um e de outro, nessa batalha. A comparação de um pobrismo, que não mais existe (portanto, falso), com a boa sorte do moço de família e bem situada na sociedade é, absolutamente, ineficaz. O que importa mesmo aos eleitores é a resolução da situação caótica que vive Campo Grande: na Saúde, na Educação, no Trânsito, no Comércio, na Segurança, na vida da gente ...
            Embora a eleição seja logo amanhã e não dê mais pra reverter certos rumos, o cenário político já está apontando o vencedor, pelas grandes e gordas adesões já expressas. Tudo leva a crer - parece que - a eleição já terminou mesmo. Tais a evidência de qual Partido acertou mais na indicação do seu candidato. Ambos já se deram conta disso e, agora, só cumprem tabela, até dia 30.
            Depois da lástima das reeleições de algumas figuras grotescas na vereança, outros novos representantes, os quais terão como tarefa elaborar nossas Leis (lembremo-nos da lei das carroças e a tentativa de uma escola sem partido, na gestão passada), o certo é que domingo (30) já dormiremos com o Maktube.  Ou com a pouco provável vitória da mão-grande dos coronéis, desviados de Bela Vista e Maracaju, preparando o caminho para mais um naco de poder (2018)... Ou, com a possibilidade de mais um dos Trad (evidentemente, aliançado com todos que querem pular no barco, agora), com história e carreira política – para o bem e para o mal – tendo de dar conta do caos em que mergulhamos, após os vendilhões do templo ungirem a dinastia Olarte (e alguns de seus comparsas reeleitos na Câmara, e, nas beiradas, esperando uma boquinha). Simples assim.
            Nós estaremos esperando o café da manhã do dia seguinte. Já escolhi por decisão e eliminação do que não quero para Campo Grande. Não adianta ganhar as eleições, “Seu Ninguém” não poderá governar. Dessa vez, moçada, não temos nem o direito de anular o voto. De uma ou de outra forma, Campo Grande fará por merecer. Ajamos, pois. Cobremos, depois.


Maria Angela Coelho – Professora Doutora pela PUC de São Paulo e integrante do Movimento Por uma Cidade Democrática

terça-feira, 30 de agosto de 2016

“Deu pra ti...


            ... baixo astral, vou pra Porto Alegre. Tchau!” cantarolou o pastor-cantor-senador, ao final de sua indicação de voto pelo impeachment, nesse penúltimo dia do incomensurável mês de agosto, que, finalmente, acaba, justamente, agora, despachando Dilma, a ré, para os confins. Senhoras e senhores ocupantes do primeiro, segundo e décimo escalão arrumem suas gavetas; acabou!  Sua Excelência Dilma foi demitida, para o gáudio e o bem do País! Que venha a Primavera! Que venha o Natal! Viramos a malfadada página; o Brasil é outro, pelo menos, nós, com certeza, muito melhores sem o mando e os grilhões ideológicos que nos impuseram e que contaminaram todas as instituições públicas, (ongs) e privadas. Obviamente,  muitos neurônios se arrastarão na trilha da destruição, mas, eles, também se aquietarão, na letargia do tempo. Encontrar-nos-emos nas eleições de 2018, quando conferiremos a força dos asseclas que tentarão manter a chama, por intermédio da voz das urnas das eleições presidenciais, e, um pouco de baderna pelas ruas.
            “Tchau, querida” pré-anunciou o granpeado interlocutor, há alguns meses. É o fim de uma era! O fim de um império! Fim de um domínio; de uma mentira. Chega! Seu nome, ex-celência, ficará nas prateleiras dos livros de história, apenas, marcado como a primeira presidenta a enfrentar uma janaína-virada-de-frente e que, como bem disse, em seu libelo final, não poderia poupá-la só por questão de gênero, por ser mulher. Foi patética sua apresentação (hem?), ex-celência? Seu desempenho só virou piada nas redes sociais: do modelito-sofá, aos estapafúrdios e desconexos raciocínios.  "Se Dilma fosse CEO de uma empresa e fizesse um discurso desconexo ela iria para o departamento médico",  já afirmara o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, em 2015, no site da tveja, entrevistado por Joice Hasselmann. Não foi ao departamento médico, preferiu pagar mico no Senado. Expôs sua lógica deficiente, seu desequilíbrio mental e emocional, durante as 14 horas em que durou a sessão. Do balcão dos convidados, pelo semblante abobalhado de um Lula, arrasado, podia-se deduzir: ”como é que eu pude?...” Saiu cedo, toalha no chão... Chico - o parisiense - sequer tirou os óculos, pra esconder os olhos vermelhos de chororô, da cachaça, ou...de coisa mais forte. Cumpriu tabela. Tabela de idiota, do mito-de-pés-de-barro, com o bilhete para Paris já no bolso, certamente.
Na refrega da rinha lá embaixo, as “galinhas-de-briga incontidas” contidas pelo protocolo imposto pelo surpreendente Lewandovski - assessorado pela bela assistente judiciária - que deu uma guinada histórica, não se permitindo enxovalhar sua honra, enquanto, Renan-reinando-soberano - depois do ataque frontal da sessão anterior - a tudo assistindo com o sorrisinho de paisagem estampado em seu enigmático (e, até assustador) semblante. Estávamos no reino da Cuca! Assistíamos a um espetáculo circense: do púlpito, a senadora petista reclamava da Globo porque estava ensinando como fazer ovo cozido naquele horário (que desrespeito!). Nós, dazelite, pela tevê de assinatura... an passant, o dia todo assistindo a tudo.
“Amanhã vai ser outro dia”, “Deu pra ti, baixo astral...Tchau, querida!” Finalmente, Dilma está FORA! Conseguimos! Sigamos, então. Vejamos - e enfrentemos - o que vem por aí, com Temer e Meirelles... Depois dessa longa agonia, a gente aguenta.


Maria Angela Coelho

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Hora de arrumar a Casa



            Acabou a festa. O Rio de Janeiro brilhou; o Brasil nas graças e nos olhos do mundo – não somos tão ruins assim (gente boa!). Deu tudo (mais ou menos) certo. Os gringos já embarcaram, para seus dias cinzentos – ou, não - e, de certo modo, sua vida boa (só os forrados nos euros e nos dólares vieram).  Viram com os olhos que a terra há de comer o estilo carioca de viver;  um resistente, confiante e imbatível na alegria, apesar dos pesares. As comunidades desceram e se misturaram no Parque, no Boulevard, no Maraca, nas arenas de Copacabana! Os terroristas não vieram, os traficantes, as ordens expressas dos presídios, pegaram leve e deram trégua, tanto, que quem foram pegos mesmo foram os gringos; pegos na mentira, no caô, em rede internacional; incrível bola dentro de nossa inteligência policial.  Orgulho de ser carioca e de ser brasileiro, apesar do dia a dia. Ganhamos a medalha olímpica do bom humor, da graça, do jeitinho carioca de ser feliz. Nesses 16 dias que nos contaminaram de todo o jeito, tudo no mundo continuou igual e sob as mesmas tragédias. A paz oficial e mentirosa perde, a cada barco afundado no mediterrâneo, a cada bombardeio e o olhar perplexo de uma criança, para cada ato de violência de homem contra homem; gente contra gente ... civis contra civis, imigrantes de todo lado. E, a guerra mundial“não declarada”, mas, imperiosa desse século, continua violentamente dizimando a Humanidade dos Homens de Bem.
            Aqui, gente de toda sorte se lança às campanhas, procurando formas novas de se venderam aos nossos olhos mais atentos! Quiçá! De olhos e atenção para o Senado, a hora de “fechar o caixão, como lacrou Malta, em pleno Senado da República, chegou - quer queira a OEA (imagina!) ou, não! A usurpadora, a golpista, a conivente, a incompetente há de desocupar a moita, o Alvorada e todas as suas benesses; de volta pro Rio Grande, chê. Chore, esperneie, grite via satélite, pelos múltiplos canais, chegando em nossas casas; procure a Corte de Haia, o Nicolas Maduro, Evo Morales, Raul e o moribundo Fidel Castro, invoque a assombração do Chaves, Cristina Kirchner, o raio que a parta, mesmo, assim, cairá, do seu topete e da sua arrogância. Corrupta? Sim! Cúmplice? Sim! Conivente? Sim! Laranja? Sim! Laranja de sua caricata e estapafúrdia indicação, bem como, de sua própria eleição. Dilma foi laranja de Lula, cumpliciou-se a Temer e ao casamento pró-governabilidade do PT –PMDB com vistas ao retorno de jedi, em 2018, para mais 4 anos de Poder.
            Temer não é esperança pra seu ninguém. Temer é consequência dos acordos políticos de bastidores a que Lula vendeu lá atrás, para conquistar o coração do ignorante, do analfabeto, do despreparado povo brasileiro que, logo, rendeu-se às bolsas e deixou-se levar pelo discurso empolgado e empolgante do-sem-estudo, sem-caráter, sem-princípios. Lula sempre foi um pelego, que sabe falar, empolgar a plateia, esteja bêbado, ou não. Iludiu a todos, ganhou notoriedade, títulos mundo a fora. Foi uma farsa. Faliu como Napoleão. Faliu a Nação. Agora que está acabado; um simples arremedo do que já foi (e, nós mais espertos) tentará juntar os cacos para retornar a vida pública, em 2018, apesar de Sérgio Moro ter em posse todo o seu dossiê. Será?!
Semana do bota-fora da usurpadora, com a decretação formal do fim do PT. É pouco! A devolução dos valores provenientes do enriquecimento ilícito do "do filho do Brasil" é uma obrigação legal (cobertura, sítio e bens surrupiados do palácio, além, é claro, dos milhões que enriqueceram o cuidador de elefantes, seus outros filhos; seus parentes, amantes, família e amigos); sua prisão como mandante de crimes hediondos (Celso Daniel e outros), idem. Sem isso, será apenas um estupro do povo, sem punição.    Aguardemos o nhenhenhem no Senado. E, que seu pranto tardio e fingido não toque a nenhum banana indeciso. FORA DILMA! PRISÃO IMEDIATA DE LULA é o que, os que não estamos entorpecidos por suas balelas, esperamos para "essa" Olímpiada do povo que vê! Que os militontos, os abduzidos, os lobotomizados calem-se para sempre. Vai piorar com Temer? Vai! Mas, ele é sucessor, não mero traidor e golpista. O TEMER É HERANÇA MALDITA DO PT. Depois de setembro, ainda teremos muito mais do que nos arrepende. E razões para lutar.
            Depois do Impedimento da presidANTA, que venham as malfadadas eleições municipais. Tempo curto de campanha, mais vigilância, menos caixa 2, menos safadeza, porém... se o que diz um certo jornalista da mídia nacional, “... dos quase 170 mil candidatos a prefeito e vereador, nas eleições de outubro, 45% (77 mil) não têm nem o Ensino Médio completo. Um punhado é analfabeto e 46 são menores de idade." (Cláudio Humberto) - tudo isso sob a má  influência de Lula, credito – estamos fritos. Dentre esses, os oportunistas, os sem estudo, os com estudo, e, ainda, sem caráter; os da boquinha nervosa...Vai ser duro arrumar esse Brasil. Caminhemos, estamos apenas começando, a partir do Fora Dilma, é claro!


Maria Angela Coelho – Professora doutora e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo – http:mamirault.blogpot.com
Publicado no jornal Correio do Estado, 29/08/2016

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Em nossas mãos e títulos, Campo Grande!


            Dizem que a eleição de Bernal, sobre Azambuja, deu-se desde o primeiro turno, de maneira estapafúrdia e negociada. Dizem que se elegeu pelos votos de rejeição, e, ou, apoio (ou, retirada de) dos coligados, no segundo turno. Da mesma forma, a eleição de Azambuja, para o governo do Estado, ganhou força na coligação capitaneada por Nelson Trad Filho (PMDB) – no caso, o rejeitado era Delcídio do Amaral (PT).
            Vivemos o tempo da eleição da Rejeição. Não sabemos quem queremos, e, elegemos quem não desejamos.  Nessa rebeldia e inconsequência, acabamos por engolir – depois, acometidos por uma indigestão de 4 anos - os olartes-da-vida; ponta do iceberg do que se pode conceber como inaptidão de gestão, mesmo para uma capitania hereditária. Parte dessa responsabilidade cabe ao Sistema Eleitoral, facultando aos Partidos a imposição dos seus quadros. Com o eleitorado fatiado, os nanicos vão bicando votos com o intuito de se coligarem com alguém, num segundo turno promissor, e, aí, sim, darem partida ao jogo sujo do sucateamento do Poder. É esse o momento em que o eleitor que compareceu às urnas, já era; foi esquecido e sepultado. Morreu!
            Um estudo de caso, das eleições estaduais passadas, dá um exemplo vivo dessa questão. A professora doutora, pedagoga, Angela Costa (UFMS) - à época filiada há mais de 12 anos ao PSDB, à convite do então candidato á Prefeitura, Oswaldo Possari, que já a escolhera para a pasta da Educação –  apresentou-se candidata ao pleito à Deputada Federal. Sem qualquer auxílio do Partido, acabou por “eleger”, com seus votos, o deputado federal Marcos Monteiro (veja bem, se é que me entende: sem os votos de Angela Costa, o PSDB não teria essa “vaga” na Câmara!) ficando com uma suplência quimérica. Monteiro, preferindo não assumir a legislatura, optando por uma gorda Secretaria de Estado, acabou por guindar ao Congresso, o, então cândido vereador Elizeu Dionísio (hoje, denunciado na Operação Coffee Brack, do GAECO, que detém a sujeira da cassação do Prefeito Alcides Bernal). Ou seja, os votos dados à professora Angela Costa estão levando o vereador indiciado ao foro privilegiado do Congresso. A professora-candidata serviu, com sua exposição e campanha solitária, quase que autônoma, para o “ordenamento dos fatos como estão”.  Enquanto muitos nelsinhos, puccinellis, petistas (e, mais alguns naniquianos) compõe os quadros do governo estadual, hoje, Angela Costa - que teve participação expressiva na elaboração dos nos Planos de Governo do probo Azambuja, sequer foi absorvida pelos galhardos vencedores, voltando a sua lídima docência e a sua permanente luta-cidadã, do lado de cá do front. Convidada pelo PROS, desfilhou-se do PSDB, com vistas ao pleito deste ano.  Porém, muito recentemente, surpreendida pela investida da turma dos asseclas-convertidos-missionários-olartianos, ao PROS - Partido este que se rendeu aos cifrões dos dízimos e cheques em branco dos fiéis – fez com que desistisse de sua candidatura à vereança. A coerência de vida, seus familiares e amigos não lhe permitiriam embarcar nessa canoa comprada e furada. Está desfilhando-se do nanico PROS.
            Hoje, temos um elenco pavoroso de candidatos, seja com vistas à reeleição (um mal abominável!), seja a plêiade que quer mesmo é uma boquinha, na Câmara. Temos um elenco pavorosamente oportunista de candidaturas ao supremo cargo de Prefeito: 15 ungidos por seus partidos lançam os dados, na perspectiva de que pode dar qualquer coisa nessas eleições! O primeiro turno é só aquecimento para os conchavos no segundo, quando a coisa pega pra valer no jogo baixo do toma lá da cá.
            Se você, como eu, tem interesse de ser um agente nestas eleições, comece a prestar atenção - e guarde junto ao seu título de eleitor - na declaração de patrimônio dos 15 candidatos á Prefeito, entregues ao TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral): (1) Alcides Bernal (PP) (candidato que não era candidato à reeleição, mas, é), declarou um patrimônio de R$ 1,7 milhão; (2) o deputado estadual Marquinhos Trad (PSD), R$ 1,4 milhão; (3) o eterno candidado do PV e ex-vereador Marcelo Bluma, R$ 1,3 milhão; (4) o bolsonariano candidato Coronel David, R$ 825 mil; (5) o eterno candidato (rei das boquinhas desde o governo Zeca do PT, secretário de Cultura de Azambuja, pelo sempre coligado aonde a canoa vai), Athayde Nery (PPS), R$ 610 mil; (6) o nãos-sei-quem, Adalton Garcia (PRTB), R$ 422 mil; (7) Rose Modesto (PSDB), vice-governadora,  R$ 413 mil; (8) Elizeu Amarilha (PSDC), R$ 325 mil; (9) Aroldo Figueiró (PTN), R$ 250 mil; (10) Alex do PT, R$ 198 mil; (11) (ai, meus sais! ) Suel Ferranti ( PSTU), R$ 151 mil; (12) Rosana Santos - quem?! -  (PSOL), R$ 46 mil; (13), Flávio Arce - hem?! - (PCO), R$ 10 mil. Agora, pasme! (14) o pecuarista Luiz Pedro Guimarães (PROS) e (15) o ex-deputado Pedrossian Filho (PMB) declararam patrimônio ZERO!
            Como se depreende tudo mesmo pode acontecer. Só que não. Mesmo com a conjuntura imposta, consciente, ou inconscientemente, comprado, omisso, ou, vendido, em verdade, quem forma esses quadros horripilantes (ou, não), guindados por nós ao poder imperial (ops!) municipal, somos nós, os eleitores, um a um, por sua vontade própria. Aí, o imponderável pode acontecer. Quem sabe não surpreendamos a previsível eleição da Rejeição.


Maria Angela Coelho – Professora doutora pela PUC de São Paulo

http://mamirault.blogspot.com – Movimento Por uma Cidade Democrática

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Temer que o filho é teu


Desculpem-me os leitores desse mosaico de opiniões, mas, desafogar a alma é preciso. Encontrar semelhantes e ideias assemelhadas; comungar convicções; amealhar mentes razoáveis, muitas das quais - professora que sou e sempre serei -  auxiliei no exercício da reflexão é mais do que urgente e necessário.  É a você, que, como eu, vive a perplexidade desse momento aziago da História do Brasil, e, antes de tudo, por nós, que não nos permitimos mais a rotulação equivocada, caluniosa e ofensiva de “oposição raivosa”, incentivadora desse “golpe” a nós imputado e que nunca existiu, que me dirijo com veemência.
Não se pode aceitar que o sucesso da  lobotização, com a qual, aparelhou-se o Estado Brasileiro, durante o mau governo petista, ao longo de mais de 13 anos, invada nosso raciocínio, preencha nossos cérebros e nossos corações patrióticos (sim!) e nos aparta, nos divida, nos culpabilize, sob a pecha de golpistas, direitistas, reacionários. Não aceito, revido e convoco a você a se rebelar também.
O Partido dos Trabalhadores, seus eleitores e asseclas elegeram a chapa Dilma-Temer, a dobradinha PT-PMDB - em uma tentativa vil de reeleição e manutenção no Poder, que o famigerado, (e, ainda, inalcançável, pelas mãos da Justiça brasileira) líder dos trabalhadores nos impingiu. São eles, suas criaturas (3 tesoureiros presos) e suas circunstâncias, suas faltas de caráter (mais de 5 mil itens roubados do Palácio do Planalto e do Itamarati, segundo o Tribunal de Contas da União,  os golpistas, os corruptos e usurpadores de toda a esperança que um dia fez com que supuséssemos ser possível o poder em mãos (e, cérebros!) do proletariado. São eles os Pais das Crianças, gêmeas siamesas,  cognominadas O Golpe e Michel Temer!  .
O TEMER É CONSEQUÊNCIA DAS ESCOLHAS DO PT PARA SE MANTER NO PODER. Ele é um mal; um resquício dessa ditadura de 13 anos que almejava mais de 20 anos de poder. Pode, inclusive, levar adiante o Golpe Petista e cumprir a meta. Mas, nós, os que não elegemos Temer, não temos nada a ver com isso. Para o xeque-mate dessa questão, acompanhe-me e refaçamos essa  conta.
 Em um universo de 105.542.273 eleitores, em 2014, 38, 7 milhões (29%)  não votaram no pleito à Presidência. De fato, apenas 88, 3 milhões foram às urnas para essa escolha. Deste universo, a Chapa TEMER/Dilma recebeu, no segundo turno,  51,64% dos votos válidos, enquanto a Chapa Aloísio Nunes/ Aécio, 48,53%.  Agora, preste muita atenção.  Somados os votos dos opositores Aloisio/Aécio aos não-votos da abstenção (27,6 milhões), dos brancos (4,4 milhões)  e dos nulos (6,6 milhões) são 90 milhões de brasileiros que não votamos  na Chapa totalitária-golpista e usurpadora do PMDB (de Temer)/PT(de Lula-Dilma).
 Portanto, caras-pálidas, que enchem o facebook (e, o saco!) de nhenhenhem, mimimim e tititi, ocupando, também esse espaço que hoje ocupo:  54 milhões não é maioria! Ser sucedido por um vice-presidente, que foi eleito na chapa que elegeu a Presidência não pode sustentar a cantilena do golpe. Golpeados fomos nós, o povo brasileiro (eleição esta ainda sob suspeição do STE). 
Portanto, caras-pálidas, amigos e nem tanto, não podemos nos calar nem aceitar que coloquem Temer na cota dos mais de 88, 3 milhões que não votamos na chapa PT-PMDB. CHEGA DE CANALHAS! Se você votou na Dilma e também votou no Temer, aguente firme! Eu vou continuar na oposição desses inescrupulosos! O Brasil é mais e merece mais do que esses ladrõezinhos batedores de carteira desejam que seja. Fora, todos! Desocupem a moita! Lula, o corrupto, o falido, o bêbado, o escracho brasileiro está morto! O PT está morto! E, a vocês perdedores e golpistas, de uma vez por todas, TEMER QUE O FILHO É TEU!
PS: OLHÃO ABERTO. Que os imbecis nos encontrem mais maduros, mais vigilantes, nas urnas das próximas eleições municipais. Sigamos a vida: uns caçando pokemons, outros, convivendo com os lobotizados, aqui e ali... Exercício da paciência; provação!

Maria Angela Coelho -  Professora doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo
15.08.2016
Publicação no jornal Correio do Estado, 18.08.2016, Campo Grande, MS


quarta-feira, 1 de junho de 2016

“Seje-homi”, michelzinho!

                Michezinho, escute aqui... Tudo pelo Impeachement e o afastamento imediato e definitivo de dilma-rousseffffffffffffffff e seus comparsas, ok? Eu disse: tudo. Lembra-se de quando ela disse que “seria capaz de tudo para ganhar a eleição”? Pois bem, você estava lá, não se esqueça de que, quem votou em você foram os eleitores dela e aonde vai a corda vai a caçamba. Você está aí – por enquanto - pra cumprir com sua obrigação. Mas, larga de ser burro! Já me indispus com todos os idiotas aqui de casa (alguns militontos fanáticos e abduzidos), que, embora, compartilhem o mesmo mundo-cão que eu, teimam em  não entenderem a desgraça em que esses 13 anos de desmando, bolivarianismo e roubalheira nos jogaram, atraindo para nossa vida, para nossa Pátria, para nosso povo, todas as pragas do Egito.
            Hoje, agora, nesse brevíssimo momento aziago de nossa História, você, michelzinho, é  só e tão somente o Vice-Presidente da chapa eleita pelo voto dos 54 milhões que decidiram embarcar nessa roubada (se é que o cartão vermelho do STJE não venha logo e apite o final de jogo).  Por ser vice – eleito por eles - é que você, michelzinho, se encontra na condição de Presidente Interino. A cobra-de-janaína não foi abatida, sequer pacificada e está de férias, pedalando todas as manhãs, ao redor do palácio, vivinha da silva, enquanto, o jararaca evadido, gastando o dinheirinho que nos roubou. Portanto, michelzinho, como guardião dessa arapuca, dos mantimentos, dos empregados, não tinha nada de reformular um governo que ainda não era seu. Já foi estultice demais trocar alhos por bugalhos, desmanchar a bagunça e estabelecer "sua" nova (e, prematura) ordem! Tinha de pegar tudo como estava, cercar com aquela fita amarela do CSI, fazer uma devassa interna e profunda, michelzinho. Tinha de pôr na rua condes, barões, duques, meretrizes, ratos, vassalos - olheiros do Estado - que vivem ainda nas frestas do castelo, e, arrombar gavetas, passar pente fino nos computadores e seus IDs, E, depois, mostrar à nação, a todos nós, principalmente, aos idiotizados, as safadezas encontradas na primeira hora (que já se foi!)! Registrar autorias, fazer BO, imputar as responsabilidades; fazer o diabo! Também, na primeira hora         - que já se foi - não admitir ninguém ficha-suja, com rabo preso na Lava-Jato, ou em qualquer outra operação da PF). Ah, antes que me esqueça, michelzinho, trilhando o caminho mais obsoleto, mais velho, carcomido da política criminosa, dos acordos e conchavos (que renans-sarneis-gedei-jucás-barbalhos-cunhas ... sabem professar); fatiando o poder, distribuindo favores, você está ficando cada vez mais encalacrado.
            Agora que já teve que defenestrar dois dos seus acólitos-super-competentes-alçados à categoria de ministros, tome tenência, e, pára com essa pose, michelzinho, (esse terno de zé-do-caixão e cabelo-do-jaça) de homem íntegro e probo, sob esse sorrisinho nervoso e ridículo. Desmancha esse cabelo, arregaça as mangas, trabalhe como se ainda fosse secretário de justiça de São Paulo: você está mexendo com bandidos, sim!
            Não se esqueça, michelzinho: você não é a última bolacha do pacote. Aliás, se fosse, não teria carreado acordos e votos do seu partido, subjugando-o ao projeto totalitário e criminoso que nos assaltou. Então, fica na sua e tome consciência de sua exata dimensão na História do Brasil, neste pálido espaço de tempo.
            Michelzinho, estamos no barco dos refugiados - dos afogados - cara, atravessando o Mar Mediterrâneo! Você só tem um bote de salva-vidas; uma bala de prata, que têm de ser certeiros, porque você não terá tempo para mais nada, muito menos, para manter essa pose de estadista que você não é, nunca foi e nunca será. Se não acertar, vai ferrar com TODO MUNDO! Deus nos livre de termos, por incúria da sua parte, a volta do Status Quo, logo ali depois das malfadadas Olimpíadas.
            Porém, michelzinho... veja bem! Não porque seja um canonizável, imune à República de Curitiba, ou que sejamos um bando de abestados, mas, porque só nos resta você como nossa única possibilidade de defenestrar os acharcadores das riquezas do nosso país, das nossas crenças, das nossas esperanças, que as Forças do Bem o inspirem e o acolham. Seja ninja: talvez ainda dê tempo, e, enquanto tiver fôlego, lute. Não deixe nada no varejo. 'SEJE-HOMI”, michelzinho! Nós, os 88 milhões que não votamos em você estamos torcendo muito para que cumpra com galhardia sua função saneadora e torcendo muito para que dê certo.

Maria Angela Coelho Mirault  -
1 de junho de 2016
Publicado em 03/06/2016 Correio do Estado



quarta-feira, 6 de abril de 2016

A duras penas... Campo Grande

A duras penas... Campo Grande
Estamos sobrevivendo à crise. Cada dia de um jeito, cada dia, como dá. Duvide-o-dó que algum vivente - com conta gorda, conta magra, sem conta, no banco; com dívida, sem dívida - esteja passando por esses momentos em dolce far niente.  No máximo, fazendo um lanchinho magro no shopping, sem comprar nada. Duvide-o-dó que a classe operante não tenha nenhuma conta atrasada, ou, em vias de. Planos, só  os emergenciais, porque o pão pode estar mais caro amanhã de manhã – a padaria pode ter fechado e declarado falência; o emprego pode ter ido pro brejo; a  faculdade ter ficado mais cara –a escolinha ter de ser substituída, pelo o ensino gratuito e obrigatório – garantia constitucional – e o município sem ter condições de dar conta dessa demanda; a doméstica, o segurança, o motorista, o faxineiro... TODOS, buscando o “empreendedorismo-sebraeniano”, pra se virar. Segurança de ir e vir, curtir a vida, ser feliz como a gente merece, nem pensar...
O pior mesmo é o duplipensar que se afermenta, roubando mentes de pessoas, antes, até confiáveis e razoavelmente racionais. De certo, mesmo, é que o modelo carcomido de se praticar políticas, fazer politicas está ruindo fragorosamente, chegando de modo avassalador e irreparável como a lama-de-mariana – já providencialmente “esquecida” do povo e da mídia. Personagens histriônicos tomam de assalto nosso bigbrother doméstico e convivem no nosso mundo interpessoal. Estamos fartos de tantos sabidos, tantas certezas, tantas verdades, além e aquém de Sérgio Moro - o que esses jovens guardiões da Justiça estão realizando, sob o Sol dos nossos testemunhos, está aquém e além de qualquer imaginação. Estamos próximo, muito próximo de ter “O mito” atrás das grades, uma guerrilheira golpista, ocupante por poucos dias o palácio, tendo de afrouxar a cinta e o caráter. De cima do poste, de onde sempre esteve e de onde pensa que ainda governa,  a “cobra de Janaína”, ainda mercadeja: “quem vai querer?” Desvairada, ainda não percebeu que os músicos ainda tocam, mas, o naufrágio já aconteceu.  Coitada!
A duras penas estamos sobrevivendo. E, sobreviver, nesses dias tão aziagos, é de um privilégio sem monta. Assistir pela tevê o mico do advogado dativo da presidanta, não tem preço! Tal pataquara só pode ter sido ideia da sabedoria do ilustre-ministro-articulador, direto do hotel de Brasília, governando o Brasil.
Porém, mas, porém (não nos esqueçamos), é no nosso mundinho pequeno que as coisas nos aparecem e acontecem. Na nossa casa, na nossa rua; em nossa capitania hereditária que a vida toma sentido, significa e vive. 
E, por aqui, as coisas estão boas, não!
Bem agora, no meio dessa confusão danada do duplipensar (ler Orwell), abraçado com a dengue, zica vírus, H1N1, descumprimento da legislação no quesito creches, crateras herdadas da gestão tradiana - e sua associação com os donatários da lama-asfáltica-, sem um hospital público (vive abrigado na Santa Casa, que não é um hospital municipal) e a conclusão das obras do absurdo aquário de 200 milhões de dólares, nos vem com a promulgação mamão com açúcar da lei 8.242/16, a lei da mordaça, por 27 dos 29 edis!?
É pra acabar! É muita desinformação! E, a gente com um olho na globonew, outro nos noticiários locais, ficamos assim meio sem saber com o que nos indignar primeiro. Assim  não dá, senhores!
Embora a esperança resida na declaração de veto do prefeito, é de morrer de rir, ou de muito chorar. Senhores cidadãos campo-grandenses: foram 27, dos 29 vereadores da capital de Mato Grosso do Sul que atiraram no pé e aprovaram “a censura no ato de ensinar”; por si mesmo, uma absoluta impossibilidade. É impossível, senhores vereadores, (ah! Que vergonha!) aplicar essa “lei” no cotidiano escolar. Educar é um ato político em sua essência. O ensino começa, mas, não se finaliza no emissor; realiza-se no no aprendiz, que, o recebe e o traduz conforme seu lastro de conceitos, adquiridos, ou, simplesmente, percebidos no ambiente ecológico-semiótico-cultural em que se acha envolvido. Ensina-se sob conceitos - paideumas - de alguém que, querendo, ou não, vão ser introduzidos no fazer pedagógico, inexoravelmente.
Tudo bem que haja quem queira a volta dos militares; de bolsonaros salvando-nos do caos; a ressuscitação de brizolas, ulysses. Mas, há, também, senhores, gente que sabe utilizar com economia seus dois neurônios, que olha, enxerga e vê a bizarrice que sai daí e repercute aqui. É muito simbólico que apenas dois, dos seus edis, Campo Grande, tenham conseguido vislumbrar o absurdo da proposta oriunda de um médico e de um professor. Mesmo que venha a ser vetada, e, por um mea culpa coletivo, a manutenção do veto, por seus representantes, façam-me o favor, a cag... já foi feita!
Poxa, moçada! estamos tão ocupados em acompanhar a “grobonews” e o calendário voador de cunha pelo impeachment; as brilhane tacadas do estrategista de Curitiba, apitando com maestria todas as  jogadas entre Judiciário X Executivo; Judiciário X ele mesmo; Executivo X Legislativo; Nós X Eles... Envolvidos em nossas torcidas organizadas pelo caos, nos degladiando em opiniões, pelo whats, faces e twitando, e, vocês, me vem com essa?!
Gente de Sucupira (ops, Campo Grande), Reaja! Campo Grande, Acorde! Se a gente quiser, mesmo que a duras penas, TUDO pode mudar. Eleitores de Campo Grande, parem de brincar com coringas, chocolates, cabeludos, malfeitores, gente sem noção! Precisamos falar sobre isso... amanhã, ok? Aguardem! Ah, uma alvissareira notícia: o impeachment não é golpe, amém?!



Maria Angela Coelho, professora doutora e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo; membro do movimento Por uma cidade Democrática

terça-feira, 22 de março de 2016

E aí, Campo Grande, vai encarar ?


De certo, que a História do Brasil registra - desde que aqui chegaram os primeiros degredados - um suceder-se de malfeitos e malfeitores nos desígnios do país.  Há de se convir que o Brasil, antes de tudo, era um lugar que Portugal não queria descobrir: revelou-se aos invasores. Doou-se! Mas, seja por conta da calmaria, seja por conta de Cabral, de D. João, cá estamos, “descobertos”, “doadores”, mas, antes de tudo, “saqueados”! Primeiro, por um Portugal fugido de Napoleão. Um Portugal, cuja cumplicidade dos nativos, acostumou-nos a “vidinha ruim” a que nos acostumamos até hoje.
É fato que a nossa Proclamação de Independência não resultou de gesto heroico de seu ninguém... nossa Proclamação da República não foi uma brastemp... nossa participação na Tríplice Aliança - e os atos “heroicos” de um caxias - um atentado de horror e carnificina... e, nossa emblemática Abolição da Escravatura; a mãozinha de um ruy, que deu fim à papelada dos sequestrados da África...
Tudo bem, até aí?
Pois bem, o Brasil Republicano e Democrático, que tanto se alardeia hoje, nasceu da posse ilegítima – eu disse ILEGITIMA -  de um josé-sarney - benesse dos militares (lembram que o vitimado da diverticulite ainda não tinha tomado posse?). Acostumados àquela “vidinha ruim”, engolimos.  Embora, talvez, até você, ainda acredite, tudo fruto das “diretas já”; do “dr-ulysses”, etc e tal, tudo Mentira! Fruto de acordos por baixo das saias da República, Sarney foi um escárnio na República dos acostumados à “vidinha ruim”.
Collor, “o abençoado”, “o famigerado salvador da pátria”, “o caçador de marajás”, chegou, chegando; era a esperança de mudança, uma vez que o dono do vídeo cassete perdera (lembra?). Imagine, agora, você, que votou “nessa esperança”, senhor do seu juízo, depois de um mea culpa sincero, se um coronelzinho daqueles, com a promessa de caçar marajás, confiscando poupanças, seria capaz de honrar as calças e o governo? Depois das lambanças do (mau) finado PC, com PC, sem PC, elba e jardim da dinda, remember, o posto de mandatário da República caiu no colo-do-itamar. E dessa conjuntura da sorte (da bruxa má, diga-se de passagem) é que nasceu - nessa sucessão de mal entendidos, algumas tacadas, e, muita sorte - o douto FHC! Ah! FHC, “o sábio”, “o letrado”, “o acadêmico”. E o que fez, quando chegou ao poder da “corte”? Ah! “A mão do Estado é muito grande, quer tomar conta de tudo? A solução neoliberalizante: Privatização! “Mas, pra dar conta de tudo, o mandato de presidente é muito curto!”  Reeleição, oras! E, de privataria em privataria, sucateamento estatal, e, de sua “adquirida” reeleição, fez e aconteceu em seus dois mandatos.
Foi nessa conjuntura, foi nessa incúria que se formou o caldo que ajudou a emergir uma (hoje, sabemos!) aparente força (do Bem), advindas da reação de quem já não estava querendo mais continuar a viver uma “vidinha ruim”. Das profundezas da nação, tão saqueada, surge e se viabiliza (2000) “O” salvador: Lula-lá. Eu acreditei. Você acreditou. Sua avó acreditou. Seu papagaio acreditou. O dono do vídeo cassete, namorado da míriam, chegaria para finalmente honrar as calças e os brasões da República. Seu primeiro mandato necessitou de acordos inimagináveis, com os marajás da República (capitaneado por quem? Sareny & Cia). Com sua “habilidade”, manteve a “governabilidade” e seu índice de aprovação nas alturas e conquistou seu segundo mandato, dando solo fértil ao já planejado Mensalão! A República aparelhada! Projeto de mais de vinte anos do, hoje, encarcerado, zé-dirceu, em curso; o propinoduto a pleno vapor! Para manter os acordos, o “projeto de futuro”, a “roubalheira” e uma nova cor para “corrupção”, elegeu “O Poste”. O povo do yogurte, do apartheid das cotas, continuaria nas mãos do poder, acostumados e beneficiados; felizinhos com a “vidinha (já não tão) ruim”.
Do resto, da carcaça, da carniça; disto tudo, estamos “acordando” e vivendo, agora! Também nós – em mea culpa - que acreditamos no oposto ao douto, “no humilde”, “no ressurgente do povo”; “no operário, trabalhador”, como alternativa ao liberalismo rechaçado. Contudo, hoje, nós podemos atestar ao túmulo de Engls& Marx: Vocês erraram no quesito “classe trabalhadora no poder”!
Mas, e Campo Grande? Imersa em matagal, Aëdes aegypti, “lama asfáltica” e afundada em buracos; com um colégio de vereadores que pode apagar a luz e entregar a chave ao porteiro?! Loteada, pobre Campo Grande, capitaneada na mão dos partidos, das igrejas, dos palhaços, encontra-se à deriva! De “pastor e ovelhas” - nada crentes nas Leis Soberanas de Deus - estamos nesse atoleiro, entregues aos donatários, acostumados à “vidinha ruim”. Elegemos prefeitos com conchavos de gabinetes muito longe das mesas e dos mesários eleitorais. Claro que a ajuda dos ignorantes, dos que se vendem são sempre bem vindas. O fato é que temos elegido muito mal nossos representantes. Lembremo-nos, no entanto, que são “Eles”, os Partidos políticos - que, ainda, projetam o futuro, em cima de perniciosos e velhos costumes - que já estão alvoraçados e escolhendo seus quadros. Logo estarão apresentando seu elenco, para as próximas eleições. Cuidado! Calma, lá!
Olhos muito abertos, Campo Grande, para essas capitanias e seus donatários.  Toda atenção possível para quem serão seus “enviados”. Só que nós - os que não querem mais viver essa “vidinha ruim” - não queremos mais chocolates-de-land-rover. Não queremos mais, velhos cabeludos! Chega de palhaços! Acorde, Campo Grande! Reage, Campo Grande! Reviva, Campo Grande! Ou, vai continuar vivendo essa “vidinha ruim”, entregue nas mãos dos donatários, seus eleitos e reeleitos, outra vez?!

Maria Angela Coelho Mirault – professora Doutora e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo

http:mamirault.blogspot.com.br 
http:mamirault.blogspot.com.br – 21/03/2016
www.marcoeusebio.com.br  - 22/03/2016
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jornal Correio do Estado, 29/03/2016, Campo Grande, MS

quarta-feira, 16 de março de 2016

Uepa! O jabuti desceu do poste e subiu no telhado


Agora, vai! “Testemunhem que não tenho cara de quem vai renunciar”, bradou o “jabuti”, do poste, para os jornalistas, com um sorrisinho que só quem é especialista em jabuti, sabe como é. A fala se deu de entremeio a outros assuntos de somenos importância. Creio que ninguém havia mencionado isso a jabuti, porque ninguém ainda teria essa petulância; foi ela quem se referiu “un passant” ao assunto, já deflagrado na boca dos “coxinhas- de –olhos-azuis”, assim como eu (vou comprar minha lente, amanhã, porque elite eu já sou!).
Aquele bando de gente bonita, rica, classe média, empregada, de “cabelo bom”, tez clara que leva babá de uniforme branco pra passeata, saiu de casa, vestiu uma camisa amarela, inundou o Brasil com bandeiras, faixas de apoio à Operação Lava Jato e ao Juiz Sérgio Fernando Moro - o homem que está limpando o país - só pra fugir do Faustão!? Fazer caminhada, exercício aeróbico? E, lá fomos nós, a elite, gastar nossa garganta, nossos nykes à toa? Seríamos nós um bando de idiotas de toyotas sem ter o que fazer em um domingo sem clube, sem piscina, sem restaurante, sem cineminha, sem praia...?
Enquanto ocupávamos as ruas, nós, os elitizados de direita (PQP!), eles, os pobres, os esforçados, os resistentes, os indiciados, os larápios do poder, se reuniam, de cócoras, c... e andando pra nação, pras suas leis, suas instituições, no Alvorada, nas ondas eletromagnéticas dos celulares – diálogos gravados! Enquanto nós, os imbecilizados, bradávamos contra (pelo menos) o roubo do faqueiro de ouro do Costa e Silva, ou, do crucifixo do Aleijadinho (nada de tríplex, ou sítio!), eles já estavam reorganizando o governo: o golpe estava sendo artimanhado  (inventei essa palavra agora!), costurado, e, o que, ontem, era levado em condução coercitiva, agora, do nada, vira ministro desse desgoverno?! Escapa da justiça de Curitiba, toma fôlego, e vai pra foro privilegiado.
A vingança maligna e o golpe do jararaca veio rastejante, entrou no Alvorada e tomou o poder. A jararaca, agora, ri da sua cara, de todas as nossas caras – nunca nesse país se viu tanta safadeza, tanta audácia! O “merda do metalúrgico” tomou o poder numa boa, sem nem um traque!
Hoje, hoje quando escrevo, é o Presidente do Brasil; tirou o jabuti do poste: assumiu a Presidência da República Federativa do Brasil. E, ouvimos sua voz enunciando palavrões, desqualificando o Congresso, o Supremo (acovardados), em diálogo telefônico com Dilma?! Isso pode, “Arnaldo!?” Mercadante, com quem acordei, hoje pela manhã,  agora é fichinha.  
Somos um país governados por bandidos; no Executivo, no Legislativo. Confiemos no Judiciário (?!), que, agora, tem muito que fazer. Aonde andarão as marisas-letícias-roses-eunices-cláudias? Saberão elas dos feitos monumentais dos seus affairs? Ou, estão nos dando uma banana, também, do conforto dos seus lares?
Hoje é dia da deflagração da liberdade total. Tomemos a Bastilha, já! Ah, já foi tomada pelo “camarada da classe operária”! Ah, já? Perguntarão os alienados de domingo, 13 de março. Já! Ela abdicou! Ele tomou o poder! Rui Falcão é o vencedor do Big Brother! Prender delcídio por quê? Soltem marcos-valério! Soltem os zé-dirceus! Liberdade pros vacari! Soltem o “bandido da luz vermelha (Ah, já morreu!); jack o estuprador (ato falho: jacques o estripador – ah, também já morreu!). Soltem Fernandinho Beiramar! Tira a criança do castigo! Solta o Pit Bull! Solta o louro-josé da ana-maria-braga!
Estamos à deriva. Salve-se quem puder! É golpe! É safadeza! É crime! Mas, nós, “dazelite”; e, nós,  os que não somos “dazelite”, mas que têm vergonha na cara, o trabalhador brasileiro que sofre pelo flagelo do desemprego, o aposentado, o raio que o parta, todos nós, não merecemos essa gente!
O Brasil é digno! O país merece respeito! Que a Justiça desse país prevaleça, e o povo se rebele. Não ao golpe! Jararaca presidente, não! Que o Supremo, nossa derradeira salvação se faça presente, e, nos represente.  Dilma morreu! Enterre-se, pois.



Maria Angela Coelho – Professora Doutora e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo

sábado, 12 de março de 2016

A queda da Bastilha - a hora é essa


Chegados são os tempos de dar-se início à deflagração, pelo Bem Maior de um país que mostra indícios de ter-se cansado de ser saqueado. Colonizados, fanatizados, aparelhados, apadrinhados, não; estes não têm porque ingressar nas hostes que almejam um país digno de todo o brasileiro; brasileiro que já foi um povo cuja mescla lhe dava o tom, a graça e o caracterizava. Hoje, tornamo-nos um país de castas. Apesar do artigo 5º da Constituição Cidadã, os direitos das minorias sobrepõem-se aos da maioria, tornando-nos reféns.
 Venho de um tempo em que o estudo era o ethos para uma vida próspera. Pais ofereciam, em verdadeiros holocaustos de abnegação, suas vidas para que seus filhos, ao estudarem em boas escolas, subissem, meritoriamente, os únicos degraus possíveis para alcançarem a realização profissional, a prosperidade, e, por conseguinte, uma vida melhor. Não, não éramos segmentados pela cor da pele, ou em minorias cotistas: pobre negro ou pobre branco tinham de lutar, suar a camisa, gastar os sapatos para subir na vida.
Hoje, diante da caótica situação do país, não podemos esquecer (não dá pra revisitar toda a História) da origem próxima de grandes males que nos afligem de imediato.  Pelo menos da grande responsabilidade de (pelo menos) três heranças malditas do governo neoliberal (tupiniquim) de FHC: (1) o instituto ($) da reeleição; (2) o instituto ($) da privatização; (3) o sucateamento ($) do ensino. Tais como foram realizadas. Dentre outras, todas nefastas para o país.  Por conseguinte, causas imediatas, sim senhor, dos atropelos que nos conduziram ao estado letárgico e à vitimização pelo estelionato eleitoral que nos alcançou e transformou-nos  no que somos hoje: um bando de alienados e zumbis sem alma, garra e fé em um futuro que precisa ser mudado e ser melhor.  
O governo que sucedeu os feitos de FHC sucedeu-o como promessa “divina”, “missionária”, quase como a promessa da concretização do sonho da efetivação da classe operária no poder. Só que essa classe operária, tal logo alçou a governança do país, assim o fez sob as bênçãos, o apoio e a cooptação, já á época, do que havia de mais abominável: a elite branca e de olhos azuis. Com o meu e o seu voto, o “jararaca” subiu aos céus, cumpliciou-se ao que já havia de mais sórdido na política brasileira (Renan e Sarney, vampirescamente, já estavam lá) em prol da manutenção de uma conveniente governabilidade e já a serviço de um Programa de Poder; de Aparelhamento do Estado em todas as esferas e entranhas de ação, que, segundo o Zé, o presidiário, duraria 20 anos. Por causa de FHC, sim, o “filho do Brasil” reelegeu-se; referendou e abençoou o “jabuti no poste”, para mais adiante, e, novamente, por causa do instrumento sagaz e pernicioso oriundo do governo FHC (reeleição), sim senhor, referendar seu “quarto mandato”, conseguindo reeleger e manter o “jabuti no poste” (enquanto seu lobo não vem, em 2018!).  Tudo isso nas nossas barbas, sob a nossa omissão, nossa letargia, nossa conivência, nossa conveniência.
Fato é que a grandeza do Brasil e a prodigiosa riqueza da nação brasileira cegou-lhes os olhos, o caráter, os ideias os valores, as ideologias. Com isso, sob a doença da alma, que venderam, há quase duas décadas saqueiam o país. Usurparam nossas esperanças.
Enfim, nossa pouca percepção política, nosso voto de protesto, nossa cômoda permanência no status quo, mantém o “jabuti” no poste, visto que João Santana - o marqueteiro mequetrefe, corrupto e encarcerado da Lava-Jato- e a mão farta de empreiteiras conseguiram aprimorar, melhor que Marcos Valério, o manejo da corrupção. Alianças vis fortaleceram-se, novas constituiram-se.  Escoadas pelos poros da Petrobrás (mas, também pela vale – bndes – caixa -  oldebrechts – oas – andaradesguierres, etc), nossa riqueza se esvai, nossos recursos se vão, nossa credibilidade já foi.  Nossa pouca vontade de resistir, de reagir, nossa imobilidade transforma-nos em uma nação de zumbis e de consumidores das benesses governamentais. Mas, ainda há quem proponha o basta! Um chega; não dá mais!
Acabou! Com “cara de resignada”, ou não, a queda da Bastilha é apenas uma questão de perseverança e tempo. A carceragem já oferece abrigo a muitos desses poderosos que começaram com nossas moedinhas, na artimanha do Mensalão; outros irão! Fato é que a facção foi desbaratada. O pobre menino; o esforçado metalúrgico, o seu exército e o seu poderoso e engenhoso projeto de poder faliu completa e solenemente. Deu xabu! Fodeu!
Todos temos uma missão nesta vida, da mais simples, a mais complexa; todos! A ganância nunca foi boa conselheira, a perpetuação no poder nunca será uma boa alternativa política. A História Universal nos dá lição e nos apresenta Napoleão Bonaparte em seu esplendor e exilio.
Agora, meus camaradas, só a Reforma Política pode nos lastrear os passos para um futuro decente. Mas, antes, comecemos a faxina, de pronto! Prisão para os saqueadores da nação; para os estelionatários eleitorais; fora, todos, fora! O Brasil precisa seguir enfrente, mas, chega! Com essa gente, não dá mais.
Pelo amor de Deus; pelo amor patriótico; por nossa integridade de brasileiros, seja na forma da Lei, seja no grito da multidão, nas ruas, nas redes, em todos os lugares, gritemos bem alto nossa indignação. Não dá mais pra voltarmos. Zumbis, acordem! A faxina começou, a detetização nos obriga a defenestrar todos os espaços. Comecemos!
Impeachment! Renúncia! Cassação! Prisão! Que seja! De preferência, tudo ao mesmo tempo, de preferência, não movidos pelo ódio. Sem foices, paus, mas com um raiar de esperança, consciência e ação, porque nós podemos mudar o Brasil. Vamos juntos! A resistência apenas começou. A queda da Bastilha é questão de (pouco) tempo!

Maria Angela Mirault – professora, doutora e mestre em Comunicação e Semiótica, pela PUC de São Paulo – http://mamirult.blogspot.co.br

13. -3.2016 – 02h58
www.topvitrine.com.br /www. marcoeusebio.com.br
Jornal Correio do Estado, Campo Grande, MS: 15/03/2016

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Macro Economia Ecológica e Universal


Há um despertar de sombras que nos emergem das entranhas a cada notícia escabrosa. Cada vez mais estupefatos, deparamo-nos com o ser mais primitivo que persiste em habitar em nós e a lastrear nossa Humanidade. E esse ser bestial – que, aí, nos enxergamos ser - quer, antes da justiça, vingança! Não matarás! Quem pode assegurar para si “o não matarás”? Estamos nos matando e sendo mortos a toda a hora, dentro e fora de casa: na seleção aviltante e real por uma vaga na UTI; no trânsito; nas almas que se confrontam; na dor do outro que nos alcança cotidianamente; na dor solitária que enxameia nosso coração; no facebook! Estamos nos odiando e vociferando nossas opiniões, pelas pontas dos dedos esquizofrênicos; proclamando todas as nossas verdades, enquanto hienas poderosas e no comando saqueiam nossa carne; vendilhões do templo em todas as instâncias e poderes nos exploram. A omissão, a conivência, a cumplicidade são generalizadas (meu pirão primeiro). Estamos num redemoinho de desespero e dor. Está cada vez mais difícil ser de fato um cristão, nesses dias. Àquele que deve dar a outra face – mas, não dá; que tem de perdoar – mas, não perdoa; que tem de ter compaixão – mas, não a tem. No entanto, os templos continuam cheios de devotos.
O mundo enlouqueceu e não há crença, ideologia, lógica que resistam e deem conta da realidade que, a todo instante, nos viola a alma (se é que a temos). Acontecimentos inimagináveis, cada vez mais assustadores, nos prenunciam o que ainda está por vir, já amanhã de manhã, ao ligar a tevê. Não há escapatória, ao lado das catástrofes naturais que nos assolam, o ranger de dentes apocalíptico está na ordem do dia: salvem-se quem puder! Somente os alienados, os cínicos e as “polyanas” são, idotamente, felizes; os ignorantes, talvez; os ineptos; os ruins da cabeça... Alguns de nós, não!  
Somos, hoje, uma nação estupefata de zumbis; estamos mortos, inertes, saindo de um carnaval sem nexo, que ocupou as ruas de todo o país, movidos à instantaneidade dos sentidos hedônicos, enquanto, no mundo real, tudo continuou, continua e continuará no mesmo colapso, imersos na mesma lama de Mariana que toma todo o país e que nos rouba o fôlego, ao chegar às narinas do corpo e do espírito.
Bandidos milionários e blindados chegam do exterior e posam seu escárnio para o instantâneo midiático; escárnio da gente, da polícia e da própria justiça. Sérgio Moro, o justiceiro, e sua equipe corajosa desnovelam fios de meadas emaranhadas, e escrevem, todos os dias, a Verdadeira História de um país totalmente de nós desconhecido, delação após delação. Nunca precisamos tanto de bandidos para que, ao delatarem seus comparsas, desvendem-se crimes, antes, só do conhecimento em suas esferas de poder e de ganância. Canalhas poderosos, semideuses e muito ricos, entram e saem da carceragem, com, ou sem, tornozeleira, presos em seus luxuosos e confortáveis domicílios, ao lado de suas famílias angelicais.
Idiotas assumem lideranças que não lhes foram dadas e conclamam a população “a apoiar Sérgio Moro” – sem se deram conta de que Moro não precisa de nós. Somos nós - os que veem e estão fartos de tudo - sobreviventes, quem precisamos de Moro, de sua equipe notável, do corajoso colégio de promotores, dos valorosos integrantes da PF; do “japa” conduzindo mais um a Curitiba.
Sobretudo, existe uma demanda que vem de uma origem extraterrena; uma demanda que vem de uma Economia não aprendida nem ensinada nas escolas, no catecismo, nas aulinhas partidárias, nem nas universidades, quiçá em nosso planeta. A Economia que é parte imponderável da lei imutável da vida, na qual todo negócio, toda transação, têm um preço e esse preço é absolutamente justo porque vem de uma Lei Maior: de Igualdade, de Equilíbrio e de Justiça. Obviamente, não me refiro às mequetrefes leis-das-pregações-religiosas, sustentadas pelo medo, pelos escambos e oferendas. Refiro-me a uma Lei, ainda, de poucos conhecida - mesmo de Moisés e das religiões constituídas, após suas Tábuas da Lei. Refiro-me a uma Lei que vem da Física e que rege toda a matéria; toda energia. Nesta Macro Economia, Ecológica e Universal - a qual estamos todos submetidos - acreditemos, ou não – tudo tem sua medida certa. Tudo tem consequência. Demanda e oferta estão a todo tempo submetidas à balança do equilíbrio, e, em assim sendo, apesar do colapso, do holocausto e das dores quase  insuportáveis do dia-a-dia, a Justiça prevalecerá.

Maria Angela Mirault- professora doutora e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo.
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Jornal Correio do Estado, Campo Grande/ MS: 07.03.2016

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Não foi brincadeira...é crime


Quatro verdades insofismáveis: primeira,“não foi brincadeira”; segunda, “é crime”; terceira, “família é conivente”; quarta, “os coleguinhas, que o acompanhavam, também”. Por quê?
Andar empunhando arma procurando um animal, qualquer animal, intencionalmente, para alvejar, nunca poderá ser justificado como brincadeira, por quem quer que seja, há desejo na alma de ferir e de matar, próprios de quem não tem a vida como valor absoluto. Ponto!
Maltratar, ferir e matar animais é crime. Ponto!  Os animais são tutelados do Estado Brasileiro, são resguardados e protegidos por legislações federais, desde o governo Vargas (!), pelo Decreto 24.645/34; a Lei Federal 9.605/98 - dos Crimes Ambientais, cujo art. 32 determina penalidades a quem “praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais...”. Fere absurda e covardemente o item VII, §1º Art. 225, (da lei maior) Constituição Federal (na íntegra: ... incumbe ao Poder Público - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que (...) submetam os animais a crueldade”.
A Família (?) que incentivou esse comportamento e não transferiu valores com relação ao respeito à vida, não educou e permitiu que o indivíduo desse vasão ao seu instinto criminoso,  é responsável e cúmplice do ato do marmanjão – o carro era da mãe que “não sabia” a motivação do rolezinho do seu rebento, que tem como brinquedinho uma arma de pressão... Quantos animais não vitimou essa alminha-inocente?! Ele mesmo afirmou ter alvejado vários (!!!) gatos, mas, só essa foi atingida.
Acompanhar alguém a praticar um crime é cumplicidade, os amigos têm de ser, também, incriminados: quem são, o que fazem; fichinha deles na delegacia e responsabilização. Por que um criminoso da periferia tem a carinha estampada nos jornais, divulgadas na televisão e a desse pobre-filhinho-de-mamãe, não?! O abafa-abafa já atingiu até as (livres?) redes-sociais.
Gente! Ele é maior, possui segundo grau completo, é de família com poder aquisitivo bom, é acadêmico de M-E-D-I-C-I-N-A e não sabe NADA a respeito da Vida, da Dor, sobre a Infração de Leis?! É ignorante? Não, não e não! É consciente, se não for declarado doente.
Diante dos fatos e das verdades insofismáveis, então, como cidadã brasileira, decreto: (1) Fichado, sim; (2) Que seja obrigado a delatar seus comparsas, sim; (3) Responsabilização dos pais pela “arma de brinquedo” que o sujeito usa para ferir e matar, pelas ruas da cidade, de brincadeirinha, sim; (4) Que pague as custas da clínica que socorreu “Vivi”, a gatinha exterminada, sim; (5) Tenha uma conversinha boa com protetores de animais; que seja “convidado” a visitar animais agredidos e recolhidos por essas Ongs, além, (Senhor Juiz!) de prestar serviços voluntários à Ongs de proteção animal, sim;  (6) Seja exemplarmente punido pelo Conselho de Ética da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, de preferência com a expulsão – pessoas desse tipo não devem ser custeadas por nós para o ensino gratuito em uma universidade pública, sim.
Por último, recomendo: Vai brincar com a sua mãe; ferir e matar animais na via urbana com uma espingarda de pressão não é brincadeira, é crime! Assuma sua insensatez, e, procure ajuda psiquiátrica, se possível. Quem sabe, você, ainda, possa adquirir alguns valores que lhe negaram na infância?
O fato: Na madrugada do sábado, dia 23 de janeiro deste ano, Leonardo Lyrio de Souza -  um indivíduo com 24 anos de idade, acadêmico de medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – ocupando o banco de trás do carro emprestado de sua mãe (um HB20), dirigido por um colega e acompanhado de outros – decidiu brincar de matar gatos e atingiu com arma de pressão (chumbinho) uma gatinha de rua, acertando-lhe a coluna cervical. Socorrida por moradores, a gatinha de nome Vivi passou por cirurgia, mas, como diria o “acadêmico de medicina”, não resistiu e veio à óbito. Identificado por câmeras de segurança, o malfeitor, depois de localizado e intimado, apresentou-se  à equipe da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais, quando, então, justificou-se: “foi uma brincadeira que acabou mal”.  Na ocasião, revelou, também, haver atirado em outros felinos e não saber se os atingira. O corpo jurídico da instituição manifestou-se dizendo que não haverá punição por não estar previsto no Regimento. Sendo assim, Leonardo, as nossas custas, formar-se-á em medicina e daqui a pouco nos espreitará, quem sabe, em um leito de UTI. Não nos esqueçamos de quem é.

Maria Angela Coelho Mirault – Professora Doutora pela PUC de São Paulo

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