Agora, vai!
“Testemunhem que não tenho cara de quem vai renunciar”, bradou o “jabuti”, do
poste, para os jornalistas, com um sorrisinho que só quem é especialista em
jabuti, sabe como é. A fala se deu de entremeio a outros assuntos de somenos
importância. Creio que ninguém havia mencionado isso a jabuti, porque ninguém
ainda teria essa petulância; foi ela quem se referiu “un passant” ao assunto,
já deflagrado na boca dos “coxinhas- de –olhos-azuis”, assim como eu (vou
comprar minha lente, amanhã, porque elite eu já sou!).
Aquele bando de gente
bonita, rica, classe média, empregada, de “cabelo bom”, tez clara que leva babá
de uniforme branco pra passeata, saiu de casa, vestiu uma camisa amarela,
inundou o Brasil com bandeiras, faixas de apoio à Operação Lava Jato e ao Juiz
Sérgio Fernando Moro - o homem que está limpando o país - só pra fugir do
Faustão!? Fazer caminhada, exercício aeróbico? E, lá fomos nós, a elite, gastar
nossa garganta, nossos nykes à toa? Seríamos nós um bando de idiotas de toyotas
sem ter o que fazer em um domingo sem clube, sem piscina, sem restaurante, sem
cineminha, sem praia...?
Enquanto ocupávamos as
ruas, nós, os elitizados de direita (PQP!), eles, os pobres, os esforçados, os
resistentes, os indiciados, os larápios do poder, se reuniam, de cócoras, c...
e andando pra nação, pras suas leis, suas instituições, no Alvorada, nas ondas
eletromagnéticas dos celulares – diálogos gravados! Enquanto nós, os imbecilizados,
bradávamos contra (pelo menos) o roubo do faqueiro de ouro do Costa e Silva,
ou, do crucifixo do Aleijadinho (nada de tríplex, ou sítio!), eles já estavam
reorganizando o governo: o golpe estava sendo artimanhado (inventei essa palavra agora!), costurado, e,
o que, ontem, era levado em condução coercitiva, agora, do nada, vira ministro
desse desgoverno?! Escapa da justiça de Curitiba, toma fôlego, e vai pra foro
privilegiado.
A vingança maligna e o
golpe do jararaca veio rastejante, entrou no Alvorada e tomou o poder. A
jararaca, agora, ri da sua cara, de todas as nossas caras – nunca nesse país se
viu tanta safadeza, tanta audácia! O “merda do metalúrgico” tomou o poder numa
boa, sem nem um traque!
Hoje, hoje quando
escrevo, é o Presidente do Brasil; tirou o jabuti do poste: assumiu a
Presidência da República Federativa do Brasil. E, ouvimos sua voz enunciando
palavrões, desqualificando o Congresso, o Supremo (acovardados), em diálogo
telefônico com Dilma?! Isso pode, “Arnaldo!?” Mercadante, com quem acordei, hoje
pela manhã, agora é fichinha.
Somos um país
governados por bandidos; no Executivo, no Legislativo. Confiemos no Judiciário
(?!), que, agora, tem muito que fazer. Aonde andarão as
marisas-letícias-roses-eunices-cláudias? Saberão elas dos feitos monumentais
dos seus affairs? Ou, estão nos dando uma banana, também, do conforto dos seus
lares?
Hoje é dia da
deflagração da liberdade total. Tomemos a Bastilha, já! Ah, já foi tomada pelo
“camarada da classe operária”! Ah, já? Perguntarão os alienados de domingo, 13
de março. Já! Ela abdicou! Ele tomou o poder! Rui Falcão é o vencedor do Big
Brother! Prender delcídio por quê? Soltem marcos-valério! Soltem os zé-dirceus!
Liberdade pros vacari! Soltem o “bandido da luz vermelha (Ah, já morreu!); jack
o estuprador (ato falho: jacques o estripador – ah, também já morreu!). Soltem
Fernandinho Beiramar! Tira a criança do castigo! Solta o Pit Bull! Solta o
louro-josé da ana-maria-braga!
Estamos à deriva.
Salve-se quem puder! É golpe! É safadeza! É crime! Mas, nós, “dazelite”; e,
nós, os que não somos “dazelite”, mas
que têm vergonha na cara, o trabalhador brasileiro que sofre pelo flagelo do
desemprego, o aposentado, o raio que o parta, todos nós, não merecemos essa
gente!
O Brasil é digno! O
país merece respeito! Que a Justiça desse país prevaleça, e o povo se rebele. Não
ao golpe! Jararaca presidente, não! Que o Supremo, nossa derradeira salvação se
faça presente, e, nos represente. Dilma
morreu! Enterre-se, pois.
Maria Angela Coelho –
Professora Doutora e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo
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