É forte, mas, vamos lá.
Sou religiosa, ou seja, aquela que crê na existência de um Ser Superior Onipotente,
Onisciente e Onipresente: Força, Ordem, Presença, Equilíbrio, Sabedoria,
Justiça, Amor, Misericórdia. Sou também
uma pesquisadora de sentidos semióticos em vigência no ecossistema cultural que
compartilhamos; o que me habilita – me impulsiona - a tecer essas considerações,
à luz de uma e de outra “verdade”.
Acertados em quem vos
fala, penso que, talvez, esses atributos principais sobre o conceito que temos a
respeito de Deus e da vida espiritual nos unam muito mais do que nos afastem,
mesmo perfilados a esse ou aquele grupo (ou, dogma) religioso.
Por óbvio, desde agora, que fique claro; não
creio no Deus barbudo, corroído pela vingança, melindre e cobrança; tão impregnado
de defeitos quanto nós. Muito menos no Deus do escambo; chiliquento e caricaturizado
e enaltecidas nas obras hollywoodianas sobre o Velho Testamento; aquele Sujeito
que manda pestes, ventos, tempestades; matar e sacrificar sua própria criação, ao
sabor de sua ira. Vade retro! Esse Cara
não nos serve, agora! Não nos serve porque, não nos conhecendo, como trogloditas
espirituais que ainda somos, nos cobra e nos ameaça com o peso pesado do inferno, ou do mercado. Não,
para minhas concepções religiosas (de religare)
e acadêmicas, esse ser não tem um Iped de cobranças de gerenciamento de pecados,
nem de conta bancária de dízimos de bilhões de mortais. Esse não é!
Acertados até aqui,
esse Deus de agora e em quem necessitamos acreditar não nos quer o jugo do Mal;
não nos enviou a praga mundial do Corona-vírus, para dizimar sua criação. Esse
Ser Supremo Onipresente, Onisciente, Onipotente alheio ao seu poder, simplesmente, outsider, não pode estar
assistindo nosso ranger de dentes lá do seu troninho, com seu indefectível
caderninho de anotações. Ele É e Preside a Ordem, e, Ordem Ele terá. Seus desígnios
e sua Ordem prevalecerão. Independente de nossas velas, nossos dízimos, nossos
cultos, nossa pífia intervenção, essa Ordem independe de nós e a tudo, rege e preside.
A Onipotência tudo pode. A Onisciência tudo sabe, a Onipresença a tudo e a
todos acolhe. Não somos poeiras irreconhecíveis
de nosso Criador; temos lastro, pera lá!. Temos histórias que transcendem a esse
lugar, esse agora, fadados a extinguir-se logo ali. Somos seres estelares, com
propósitos, com projetos e planos divinos inscritos em nós. Somos Deuses (todos), já nos prescrevera
o Mestre dos Mestres.
Nessa hora que tudo,
tudo...tudo muda, precisamos, mais do que nunca, nos perguntarmos se o deus que
nos venderam é o Deus que merecemos e de que precisamos. Muitos partirão na
ignorância disso, o que já é uma lástima. Quem sabe seja hora de despertar,
cutucar nossas crenças, as verdades paranoicas, que nos limitam e nos colocam
como coadjuvantes de nossas próprias vidas.
O Deus Maior, Supremo e
que está Presente, que Tudo Sabe, Tudo Pode está dentro de cada um de nós. É
hora de olhar pra dentro. Ele (em nós) sabe tudo. Ele (em nós) pode tudo, ele (em
nós) está em tudo. Por tanto - sem permitir que o pânico e a descrença nos
dominem – creiamos: Ele está aqui; agora, nesse momento fatídico de profundas
mudanças culturais em todo o planeta. Precisamos, sim, falar de Deus e nos
perguntarmos, a que Deus nos mantemos subjugados nessa hora. O Deus de agora É.
O Deus de agora Está. O Deus de agora Sabe. Saber é muito mais do que crer. Caminhemos.
Não estamos á deriva. Maktub! O que tiver de ser será. Alguns de nós já se voluntariaram,
para essa partida pandêmica. Percrustemos o mais profundo de nossas consciências , o quanto antes. Façamos, por tanto, a nossa parte! Sobrevivamos, com a Onipresença, a Onisciência e a
Onipotência de Deus.
Maria Angela Coelho
Professora Doutora em Comunicação
e Semiótica PUC/SP
Terapeuta em Práticas
Integrativas e Complementares á Saúde
http:mamirault.blospot.com
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