Por acaso é isso uma
manifestação xenófoba, ou, uma constatação? Eis a questão, nesse mundo de denuncismo
em que vivemos. O governo brasileiro que deu início a segregação entre negros e
brancos (sic), em pleno século XXI, foi o governo petista do Sr. Luis Inácio da
Silva. Inventou o negrismo e o pobrismo. O intento dos criadores do regime de
cotas era o de promover o resgate da desigualdade entre nós, e, reparar as injustiças
do passado. Ao trazer a tona, uma
abominável luta secular de segregação racial, ao classificar brasileiros, pela
cor da pele, e, não pela “cor” do bolso, de sua origem emigratória, o governo
petista valeu-se da mesma ideologia fascista klukluscaniana que, hoje, subjaz os
conceitos e pronunciamentos do governo Trump, nos EUA. Ao privilegiar
descendentes negros, pardos (o que é ser pardo?), em desfavor dos brancos (o
que é ser branco, no Brasil?), esses separatistas, dotaram-nos de uma culpa,
uma subserviência descabida. Perigosa. Mesquinha. Abominável.
Vivíamos como
brasileiros cafusos, mestiços, honrados pela miscigenação até que os ilustres
ideólogos do “Partido” decidiram lançar-nos uns contra os outros. Ausentam-se
da análise de que, ao privilegiar uns, segregam outros, e, justificam sua
decisão em Lei, sem considerarem que nem negros, nem brancos, nem mestiços são
minorias. Minorias, em uma sociedade democrática, são as pessoas; o indivíduo,
para o qual, o artigo 5º. da Constituição
assegura a igualdade plena de direitos. Desse modo, o verdadeiro defensor da
minoria é aquele que defende a liberdade individual de cada um e de todos, sem
considerar como prioritário suas diferenças de “raça” (inexistente na Biologia,
mas, uma construção social), sexo, credo, classe social. Evidentemente, que, a
lei que originou essa segregação é absolutamente anacrônica e discriminatória.
Sou educadora, nunca avaliei meus educandos pela cor da pele, classe, ou,
credo. Avalio-os pelo crescimento de si mesmos, individualmente, sem
comparações, isso, das favelas do Rio de Janeiro (aonde iniciei a docência) às universidades,
em cursos de graduações e pós-graduações.
Os defensores da “causa”
trazem como argumento rançoso, malcheiroso, do caráter de reparação de uma
injustiça com o passado dos povos africanos. Desconsideram que, hoje, não temos
africanos, entre nós. Somos descendentes de judeus, índios, emigrantes
europeus, asiático; todos, de um passado colonizado por Portugal. Somos uma nação
de indivíduos multirraciais e multiculturais, mas, somos, antes de qualquer
rotulagem, brasileiros. Não merecemos o privilégio e cotistas, muito menos o
desmerecimento por não o sermos.
A polêmica gerada, nas
redes sociais, a respeito da “cor” da nova miss Brasil, difundiu uma torrente
de ódio de um país segregado. Não se pode mais emitir opiniões e comparações
entre a beleza da mulher brasileira; as mulheres “cotistas” estão acima de
qualquer julgamento. Posts racistas são replicados por defensores (sic) dos
direitos da “raça”, agora, privilegiada e intocável. Quem não achou merecido o
resultado do concurso (que nada mais tem a ver com os concursos oficiais do
passado, e, hoje, são produtos de marketing) são taxados e (pasme) denunciados
de “racistas”. Lamentável, pois, dentre outras aberrações, a isso, também
devemos ao PT e aos xiitas do partido, ou seus colonizados simpatizantes. Não
percebem, os “delegados” do Grande Irmão que essa luta preconceituosa acirra
cada vez mais a segregação e a discriminação, entre irmãos, os quais,
independentes e todas as diferenças, são filhos de um mesmo Brasil. De um
Brasil que precisa de todos, nesse quadrante da vida nacional. Não se pode
aceitar que um comentário a respeito de uma individualidade, vencedora de um
concurso de marketing, seja policiado, invadido de uma “timeline”, e, venha a
servir como “prova” de denúncia. Como educadora, bem antes disso tudo, afirmo
que esse regime de cotas implantado pelo PT, é um acinte à sociedade. Somos
todos iguais, nacionais e irmãos. Chega de denuncismo. Chega de policiamento da
expressão de pensamento. Basta de confrontos entre nós. Preconceituosos e
racistas são os defensores dessa causa injusta e inconstitucional.
Maria Angela Coelho Mirault
– Professora doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo
22.08.2017
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