... baixo astral, vou pra Porto Alegre. Tchau!” cantarolou
o pastor-cantor-senador, ao final de sua indicação de voto pelo impeachment, nesse
penúltimo dia do incomensurável mês de agosto, que, finalmente, acaba,
justamente, agora, despachando Dilma, a ré, para os confins. Senhoras e
senhores ocupantes do primeiro, segundo e décimo escalão arrumem suas gavetas;
acabou! Sua Excelência Dilma foi
demitida, para o gáudio e o bem do País! Que venha a Primavera! Que venha o
Natal! Viramos a malfadada página; o Brasil é outro, pelo menos, nós, com
certeza, muito melhores sem o mando e os grilhões ideológicos que nos impuseram
e que contaminaram todas as instituições públicas, (ongs) e privadas.
Obviamente, muitos neurônios se
arrastarão na trilha da destruição, mas, eles, também se aquietarão, na
letargia do tempo. Encontrar-nos-emos nas eleições de 2018, quando conferiremos
a força dos asseclas que tentarão manter a chama, por intermédio da voz das
urnas das eleições presidenciais, e, um pouco de baderna pelas ruas.
“Tchau, querida” pré-anunciou o granpeado interlocutor,
há alguns meses. É o fim de uma era! O fim de um império! Fim de um domínio; de
uma mentira. Chega! Seu nome, ex-celência, ficará nas prateleiras dos livros de
história, apenas, marcado como a primeira presidenta a enfrentar uma janaína-virada-de-frente
e que, como bem disse, em seu libelo final, não poderia poupá-la só por questão
de gênero, por ser mulher. Foi patética sua apresentação (hem?), ex-celência? Seu
desempenho só virou piada nas redes sociais: do modelito-sofá, aos estapafúrdios
e desconexos raciocínios. "Se Dilma
fosse CEO de uma empresa e fizesse um discurso desconexo ela iria para o departamento
médico", já afirmara o psiquiatra
Ronaldo Laranjeira, em 2015, no site da tveja, entrevistado por Joice
Hasselmann. Não foi ao departamento médico, preferiu pagar mico no Senado.
Expôs sua lógica deficiente, seu desequilíbrio mental e emocional, durante as
14 horas em que durou a sessão. Do balcão dos convidados, pelo semblante
abobalhado de um Lula, arrasado, podia-se deduzir: ”como é que eu pude?...”
Saiu cedo, toalha no chão... Chico - o parisiense - sequer tirou os óculos, pra
esconder os olhos vermelhos de chororô, da cachaça, ou...de coisa mais forte.
Cumpriu tabela. Tabela de idiota, do mito-de-pés-de-barro, com o bilhete para
Paris já no bolso, certamente.
Na refrega da rinha lá
embaixo, as “galinhas-de-briga incontidas” contidas pelo protocolo imposto pelo
surpreendente Lewandovski - assessorado pela bela assistente judiciária - que deu
uma guinada histórica, não se permitindo enxovalhar sua honra, enquanto,
Renan-reinando-soberano - depois do ataque frontal da sessão anterior - a tudo
assistindo com o sorrisinho de paisagem estampado em seu enigmático (e, até
assustador) semblante. Estávamos no reino da Cuca! Assistíamos a um espetáculo
circense: do púlpito, a senadora petista reclamava da Globo porque estava
ensinando como fazer ovo cozido naquele horário (que desrespeito!). Nós,
dazelite, pela tevê de assinatura... an passant, o dia todo assistindo a tudo.
“Amanhã vai ser outro
dia”, “Deu pra ti, baixo astral...Tchau, querida!” Finalmente, Dilma está FORA!
Conseguimos! Sigamos, então. Vejamos - e enfrentemos - o que vem por aí, com
Temer e Meirelles... Depois dessa longa agonia, a gente aguenta.
Maria Angela Coelho
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