A hora é de decisão. Hora de Ação!
Elegemos 31% de vereadores sem qualquer graduação: um com
ensino fundamental; cinco com ensino médio; alguns com problemas sérios na
justiça (talvez todos graduados, porém). Talvez esteja se evidenciando com
muita clareza o tamanho da ignorância (daquele que ignora) em relação à análise
dos graves fatos que nós, a sociedade, enfrentamos. Somos conectados; temos
smartphones, ipedes, tecnologia de ponta que desnuda o cotidiano e só falta
falar por si própria. Mas, a ignorância faz com que ainda se utilizem na
propaganda política eleitoral recursos e ferramentas da década de 70, 80 – se é
que não podemos nos referir à época de Josepf Goebbels. É de matar, de raiva e
de rir. A “adesivagem” de carros nas ruas, por exemplo, é um grande desperdício
de recursos. Bobos nem nada, muito poucos se deixaram rotular, expondo-se por
essa mídia do século passado. Ainda bem que as camisetas, as dezenas de
bandeiras e bandeirolas, os outdoors, os muros coberto com cartazes e caras
esquisitas, as comilanças foram impedidos de emporcalhar nosso ato cívico de
votar. Devagar, quase parando, “com passo de formiga e sem vontade”,vamos
melhorando! Novíssimo tempo.
Embora tenha gostado de ver a cidade limpa desses
entulhos, estou perplexa com a “qualidade” de alguns dos edis eleitos. Como
conseguiram, me pergunto. Preocupada com a frieza desse primeiro e segundo
turnos com relação à campanha e aos candidatos; um dos quais - queiram, ou não,
as abstenções – terá o poder da caneta e irá influir diretamente em nossa vida,
por 4 longos anos. É bem verdade que os selecionados oponentes dizem menos do
que falam. Leem textos produzidos por outros neurônios que não os seus. Muitas
vezes, escritos com bílis e sangue. A Corte do Parque das Primaveras perdeu-se
num emaranhado de má-abordagem, péssimo marketing e muito mimimi. Aquele jeito coronelista
de se fazer política, envolvendo funcionários “leais” já era! Cabrestear
pessoas está difícil; só os servis se obrigam a prostituir-se nessas campanhas
políticas sem verdade; inodoras e insossas.
Não é preciso que sejamos demógrafos, geógrafos,
sociólogos, economistas para constatarmos que nossa cidade está à beira de um
colapso. Vista como entreposto comercial, ainda, nos parece que para cá,
qualquer coisa serve; tudo pode ser mais ou menos; remendado: “o que for
possível” será suficiente. Só que não. Mas, os Programas prometem a maquiagem
em tudo que o Orçamento, já votado (?), permitir. Ou seja, Orçamento
comprometido: a promessa é n-a-d-a!
De todo modo, não é hora de lamúria nem pieguismo para
tenta laçar um pobre de um eleitor indeciso. Urge que os marqueteiros e
assessores usem da capacidade assertiva. Quem sabe, da inteligência emocional
de um e de outro, nessa batalha. A comparação de um pobrismo, que não mais existe (portanto, falso), com a boa sorte do moço de família e bem
situada na sociedade é, absolutamente, ineficaz. O que importa mesmo aos
eleitores é a resolução da situação caótica que vive Campo Grande: na Saúde, na
Educação, no Trânsito, no Comércio, na Segurança, na vida da gente ...
Embora a eleição seja logo amanhã e não dê mais pra
reverter certos rumos, o cenário político já está apontando o vencedor, pelas
grandes e gordas adesões já expressas. Tudo leva a crer - parece que - a
eleição já terminou mesmo. Tais a evidência de qual Partido acertou mais na
indicação do seu candidato. Ambos já se deram conta disso e, agora, só cumprem
tabela, até dia 30.
Depois da lástima das reeleições de algumas figuras
grotescas na vereança, outros novos representantes, os quais terão como tarefa elaborar
nossas Leis (lembremo-nos da lei das carroças e a tentativa de uma escola sem
partido, na gestão passada), o certo é que domingo (30) já
dormiremos com o Maktube. Ou com a pouco
provável vitória da mão-grande dos coronéis, desviados de Bela Vista e
Maracaju, preparando o caminho para mais um naco de poder (2018)... Ou, com a
possibilidade de mais um dos Trad (evidentemente, aliançado com todos que
querem pular no barco, agora), com história e carreira política – para o bem e
para o mal – tendo de dar conta do caos em que mergulhamos, após os vendilhões
do templo ungirem a dinastia Olarte (e alguns de seus comparsas reeleitos na
Câmara, e, nas beiradas, esperando uma boquinha). Simples assim.
Nós estaremos esperando o café da manhã do dia seguinte.
Já escolhi por decisão e eliminação do que não quero para Campo Grande. Não
adianta ganhar as eleições, “Seu Ninguém” não poderá governar. Dessa vez,
moçada, não temos nem o direito de anular o voto. De uma ou de outra forma,
Campo Grande fará por merecer. Ajamos, pois. Cobremos, depois.
Maria Angela Coelho –
Professora Doutora pela PUC de São Paulo e integrante do Movimento Por uma
Cidade Democrática
Nenhum comentário:
Postar um comentário