Seguinte. O PMDB, que
hoje governa esse Brasil acovardado, esculachado, meliante e marginal foi
gestado e cevado durante a ditadura dos governos militares, no poder, desde o
golpe de 1964. Ponto. Tancredo era o personagem escolhido e acolhido, como
forma de conciliar (sic) os clamores das “diretas-já” (1984) com os interesses
do regime. Ungido para suceder João Figueiredo, presidir a fajuta transição
democrática e uma possível governabilidade civil, Neves foi eleito,
indiretamente, com 480 votos contra 180, por um Colégio Eleitoral, em 15 de
janeiro de 1985, para exercer um mandato presidencial de seis anos. Contudo,
recordemos, na véspera de sua posse, agendada para 15 de março, teve o
“piripaque” que o “levaria” à morte por uma oportuna diverticulite (?).
Diante da maldita dúvida
que chegou a pairar entre políticos experientes (Sarney, Fragelli, Marco
Maciel, Dornelles, sobrinho de Tancredo, e Antonio Carlos Magalhães) - ainda no
hospital - Leônidas Pires, o general indicado (?), por Tancredo, ao Ministério
do Exército, amparando-se na Constituição de 1967, que, em seu Artigo 76
prescrevia: “Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o presidente
ou o vice-presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo,
este será declarado vago pelo Congresso Nacional”, lacrou: “Sarney toma posse!”.
Há controvérsia histórica,
com relação à legitimidade do nefasto José Ribamar (ex-PDS) e sua condição de 31º.
Presidente do Brasil (1985-1990). Caso a opção fosse outra, tomaria posse o peemedebista
Ulysses Guimarães, presidente do Congresso, e, posteriormente, a escolha de outra
figura política para a missão. Se seria bom ou não, o fato é que a gente engoliu
a “morte natural” do não empossado. A gente aceitou, de imediato, a posse de
Ribamar. E, cá estamos nós, às voltas com o mesmo PMDB que nunca deixou de
governar; fosse às claras, fosse debaixo de interpretações dúbias, ou, debaixo
dos panos do nosso famigerado “jeitinho brasileiro”. Aliás, eles não
governaram, ou, governam, só, agora. Eles têm reinado.
Agora, com Temer e sua
trupe, o PMDB se mantém no poder por conta de acordos de bastidores - tão
vilipendiados quanto os do passado. Sem o PMDB, nos bastidores, o PT não teria
levado a Presidência ao patamar que chegou.
Dito isso, é preciso considerar - antes que a loucura se instale em
todas as mentes – Temer (o Sarney de hoje) é uma criação perversa do PT. Foi
cevado durante os governos do PT. Aí, nos parecem esdrúxulos os movimentos
midiáticos, e sociais, dos convertidos ao petismo, em desfavor de Temer; seu
(mal) governo; suas (más) escolhas; seus (imorais) acordos no Congresso; suas
(más) medidas para “consertar” o país.
Se não foi o PT quem inventou
o PMDB, seus maus hábitos e seus maus políticos, foi o Partido quem os
legitimou. Ao PT atribuamos a Reforma Trabalhista; ao PT atribuamos o aumento
dos impostos; ao PT atribuamos o aumento dos combustíveis; ao PT atribuamos os
milhões de desempregados; ao PT atribuamos à violência e a todo tipo de crime
que se comete nesse país; a descrença e a desesperança que nos assola o vigor
patriótico. Não dá pra apartar Temer do PT nem o PT de Temer.
Tenhamos em mente, uma
consideração: quem nos governa é o PMDB do PT. Temer é o PMDB que se aco-var-dou
com os militares, lá atrás, manteve suas figuras grotescas na política
brasileira e nos bastidores do poder; enfiou sarneys, renans, jucás goela a baixo;
engoliu (pra depois, cuspir) o partido que o acolheu na vice-presidência. Temer
foi eleito pelos eleitores do PT, seus simpatizantes e convertidos. Foram eles quem
puseram o jabuti no poste e “o cara” no jogo-democrático (sic), voto a voto,
urna á urna. Portanto, estamos sob a batuta do maestro que, no momento, lidera
o PMDB do PT. Dancemos, pois, enquanto a música toca e o naufrágio ainda não
afundou totalmente o nosso Titanic. E, salvem-se quem puder.
Maria Angela Coelho
Mirault – Professora doutora em Comnicação e Semiótica, pela PUC de São Paulo
22/07/2017
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