quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

DE ONDE VEM A CORRUPÇÃO NA OMEP/MS

          
            A OMEP- Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar – é uma organização movida pelo trabalho voluntariado. Ponto. Já há alguns anos, a Omep/MS deixou de o ser. O caminho da derrocada iniciou-se, na gestão Serrano, durante a qual, o, então, prefeito municipal Juvêncio César da Fonseca - a pedido da então presidente - promoveu a absurda cedência - com honorários pagos pela Prefeitura - de dezenas de “voluntárias”, deslocadas das direções de escolas municipais, pós “reinado” de Levy Dias. Nesse momento, o pilar do voluntariado já fora vilipendiado. Nessa época, a fundadora da instituição, seguida por alguns membros integrantes da diretoria,  afastaram-se da entidade, que, já, àquela época, iniciava o caminho para a derrocada que vimos, hoje, estampada nas páginas policiais de jornais e redes sociais.

Mas, adiante, a OMEP/MS, atendendo ao conselho do então presidente da OMEP/Brasil, Pedro Demo – eterno consultor pago pelos cofres municipais, e, nessa gestão, pelos cofres do Estado - durante a gestão da atual Secretária de Estado da Educação, passou - a título de auferir recursos próprios - a oferecer cursos de capacitação, ampliados por reivindicações e recebimentos de verbas públicas, sob a capa de convênios com a Prefeitura Municipal de Campo Grande, a partir da gestão André Puccinelli, seguida por Nelsinho Trad.  Além da promoção de encontros e congressos – até internacionais - que nunca foram auditados, flagrados, denunciados pelo seu Conselho Fiscal, muitos recursos entraram - sob a fachada de Organização sem fins lucrativos - e, fez com que seu “crescimento  assombroso” ,e, a corrupção, agora, desvendada, andassem de mãos sujas, e, dadas, levadas mundo a fora, como experiência de sucesso.

Tais gestões fraudulentas e corruptas deveram-se, sem dúvida, em continuidade a sucessivas reeleições da atual presidente encarcerada. Implantaram-se gestões parcimoniosas e escolhidas a dedo, politicamente, dando  estofo e cobertura necessários ao status quo vigente.  A atual presidente da OME/MS e seu genro, encarcerados, eram verdadeiros donos desse patrimônio e desse latifúndio. Muita grana entrou nessa organização, envergonhando a todos cujo ideário primeiro conjugava-se com o da Professora Laura Jacobina (RJ), fundadora da OMEP/BR, de quem a primeira presidente e sua fundadora recebera autorização para a abertura da OMEP, em Campo Grande – naquela época, ainda, unificada à Cuiabá.

Que os que estão chamados a responderem pelos crimes praticados na OMEP/MS não paguem parcialmente pelo que fizeram, sob estrito apoio de gente de gabarito muito mais alto do que o deles. Que a investigação siga e chegue realmente a quem gestionava, politicamente, a instituição. Sem panos quentes; dando a César o que é de César.

Creio na Justiça que tarda, mas não falha. Chega de espertos e corruptos sob o manto da seriedade! Que os culpabilizados, de agora, prestem seus esclarecimentos à Justiça e conduzam os promotores do MP aonde devem, e, precisam, chegar. Auditoria, já. Destituição de toda a diretoria conivente com os crimes praticados. Intervenção!

Não nos calemos, muitos de nós, que, de fora, víamos a olhos nus, os conchavos, acordos, e, práticas abusivas perpetrados por toda uma verdadeira quadrilha que, um dia, reuniu inúmeros educadores confiantes nesse prestígio nacional e internacional da OMEP.

Profundamente, envergonhados pelos destinos de uma instituição que nasceu, sob o princípio do voluntariado e o intuito de oferecer atendimento à criança pequena, o que se deseja, agora, é, que tudo esteja muito bem esclarecido. Precisamos salvar a instituição, doa a quem doer. Mas, da forma como deve ser. Que Marquinhos Trad não entre nessa roubada e fundamente-se.

Com a palavra as gestões de André Pucinelli e de Nelson Trad Filho, em cujo período, exercia a Secretaria Municipal de Educação, a atual Secretária de Estado de Educação, ex-presidente da OMEP, em cujo mandato, iniciaram-se os convênios e as capacitações. Com a palavra, além dos investigados, Vital Didonet, da Omep/Brasil e o TCE. Por fim, “delação premiada”, urgente.


Maria Angela Coelho
Professora doutora pela PUC de São Paulo

Integrante da Diretoria OMEP/MS (1984/86)