terça-feira, 22 de março de 2016

E aí, Campo Grande, vai encarar ?


De certo, que a História do Brasil registra - desde que aqui chegaram os primeiros degredados - um suceder-se de malfeitos e malfeitores nos desígnios do país.  Há de se convir que o Brasil, antes de tudo, era um lugar que Portugal não queria descobrir: revelou-se aos invasores. Doou-se! Mas, seja por conta da calmaria, seja por conta de Cabral, de D. João, cá estamos, “descobertos”, “doadores”, mas, antes de tudo, “saqueados”! Primeiro, por um Portugal fugido de Napoleão. Um Portugal, cuja cumplicidade dos nativos, acostumou-nos a “vidinha ruim” a que nos acostumamos até hoje.
É fato que a nossa Proclamação de Independência não resultou de gesto heroico de seu ninguém... nossa Proclamação da República não foi uma brastemp... nossa participação na Tríplice Aliança - e os atos “heroicos” de um caxias - um atentado de horror e carnificina... e, nossa emblemática Abolição da Escravatura; a mãozinha de um ruy, que deu fim à papelada dos sequestrados da África...
Tudo bem, até aí?
Pois bem, o Brasil Republicano e Democrático, que tanto se alardeia hoje, nasceu da posse ilegítima – eu disse ILEGITIMA -  de um josé-sarney - benesse dos militares (lembram que o vitimado da diverticulite ainda não tinha tomado posse?). Acostumados àquela “vidinha ruim”, engolimos.  Embora, talvez, até você, ainda acredite, tudo fruto das “diretas já”; do “dr-ulysses”, etc e tal, tudo Mentira! Fruto de acordos por baixo das saias da República, Sarney foi um escárnio na República dos acostumados à “vidinha ruim”.
Collor, “o abençoado”, “o famigerado salvador da pátria”, “o caçador de marajás”, chegou, chegando; era a esperança de mudança, uma vez que o dono do vídeo cassete perdera (lembra?). Imagine, agora, você, que votou “nessa esperança”, senhor do seu juízo, depois de um mea culpa sincero, se um coronelzinho daqueles, com a promessa de caçar marajás, confiscando poupanças, seria capaz de honrar as calças e o governo? Depois das lambanças do (mau) finado PC, com PC, sem PC, elba e jardim da dinda, remember, o posto de mandatário da República caiu no colo-do-itamar. E dessa conjuntura da sorte (da bruxa má, diga-se de passagem) é que nasceu - nessa sucessão de mal entendidos, algumas tacadas, e, muita sorte - o douto FHC! Ah! FHC, “o sábio”, “o letrado”, “o acadêmico”. E o que fez, quando chegou ao poder da “corte”? Ah! “A mão do Estado é muito grande, quer tomar conta de tudo? A solução neoliberalizante: Privatização! “Mas, pra dar conta de tudo, o mandato de presidente é muito curto!”  Reeleição, oras! E, de privataria em privataria, sucateamento estatal, e, de sua “adquirida” reeleição, fez e aconteceu em seus dois mandatos.
Foi nessa conjuntura, foi nessa incúria que se formou o caldo que ajudou a emergir uma (hoje, sabemos!) aparente força (do Bem), advindas da reação de quem já não estava querendo mais continuar a viver uma “vidinha ruim”. Das profundezas da nação, tão saqueada, surge e se viabiliza (2000) “O” salvador: Lula-lá. Eu acreditei. Você acreditou. Sua avó acreditou. Seu papagaio acreditou. O dono do vídeo cassete, namorado da míriam, chegaria para finalmente honrar as calças e os brasões da República. Seu primeiro mandato necessitou de acordos inimagináveis, com os marajás da República (capitaneado por quem? Sareny & Cia). Com sua “habilidade”, manteve a “governabilidade” e seu índice de aprovação nas alturas e conquistou seu segundo mandato, dando solo fértil ao já planejado Mensalão! A República aparelhada! Projeto de mais de vinte anos do, hoje, encarcerado, zé-dirceu, em curso; o propinoduto a pleno vapor! Para manter os acordos, o “projeto de futuro”, a “roubalheira” e uma nova cor para “corrupção”, elegeu “O Poste”. O povo do yogurte, do apartheid das cotas, continuaria nas mãos do poder, acostumados e beneficiados; felizinhos com a “vidinha (já não tão) ruim”.
Do resto, da carcaça, da carniça; disto tudo, estamos “acordando” e vivendo, agora! Também nós – em mea culpa - que acreditamos no oposto ao douto, “no humilde”, “no ressurgente do povo”; “no operário, trabalhador”, como alternativa ao liberalismo rechaçado. Contudo, hoje, nós podemos atestar ao túmulo de Engls& Marx: Vocês erraram no quesito “classe trabalhadora no poder”!
Mas, e Campo Grande? Imersa em matagal, Aëdes aegypti, “lama asfáltica” e afundada em buracos; com um colégio de vereadores que pode apagar a luz e entregar a chave ao porteiro?! Loteada, pobre Campo Grande, capitaneada na mão dos partidos, das igrejas, dos palhaços, encontra-se à deriva! De “pastor e ovelhas” - nada crentes nas Leis Soberanas de Deus - estamos nesse atoleiro, entregues aos donatários, acostumados à “vidinha ruim”. Elegemos prefeitos com conchavos de gabinetes muito longe das mesas e dos mesários eleitorais. Claro que a ajuda dos ignorantes, dos que se vendem são sempre bem vindas. O fato é que temos elegido muito mal nossos representantes. Lembremo-nos, no entanto, que são “Eles”, os Partidos políticos - que, ainda, projetam o futuro, em cima de perniciosos e velhos costumes - que já estão alvoraçados e escolhendo seus quadros. Logo estarão apresentando seu elenco, para as próximas eleições. Cuidado! Calma, lá!
Olhos muito abertos, Campo Grande, para essas capitanias e seus donatários.  Toda atenção possível para quem serão seus “enviados”. Só que nós - os que não querem mais viver essa “vidinha ruim” - não queremos mais chocolates-de-land-rover. Não queremos mais, velhos cabeludos! Chega de palhaços! Acorde, Campo Grande! Reage, Campo Grande! Reviva, Campo Grande! Ou, vai continuar vivendo essa “vidinha ruim”, entregue nas mãos dos donatários, seus eleitos e reeleitos, outra vez?!

Maria Angela Coelho Mirault – professora Doutora e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo

http:mamirault.blogspot.com.br 
http:mamirault.blogspot.com.br – 21/03/2016
www.marcoeusebio.com.br  - 22/03/2016
www.topvitrine.com.br – 23/03/2016
jornal Correio do Estado, 29/03/2016, Campo Grande, MS

quarta-feira, 16 de março de 2016

Uepa! O jabuti desceu do poste e subiu no telhado


Agora, vai! “Testemunhem que não tenho cara de quem vai renunciar”, bradou o “jabuti”, do poste, para os jornalistas, com um sorrisinho que só quem é especialista em jabuti, sabe como é. A fala se deu de entremeio a outros assuntos de somenos importância. Creio que ninguém havia mencionado isso a jabuti, porque ninguém ainda teria essa petulância; foi ela quem se referiu “un passant” ao assunto, já deflagrado na boca dos “coxinhas- de –olhos-azuis”, assim como eu (vou comprar minha lente, amanhã, porque elite eu já sou!).
Aquele bando de gente bonita, rica, classe média, empregada, de “cabelo bom”, tez clara que leva babá de uniforme branco pra passeata, saiu de casa, vestiu uma camisa amarela, inundou o Brasil com bandeiras, faixas de apoio à Operação Lava Jato e ao Juiz Sérgio Fernando Moro - o homem que está limpando o país - só pra fugir do Faustão!? Fazer caminhada, exercício aeróbico? E, lá fomos nós, a elite, gastar nossa garganta, nossos nykes à toa? Seríamos nós um bando de idiotas de toyotas sem ter o que fazer em um domingo sem clube, sem piscina, sem restaurante, sem cineminha, sem praia...?
Enquanto ocupávamos as ruas, nós, os elitizados de direita (PQP!), eles, os pobres, os esforçados, os resistentes, os indiciados, os larápios do poder, se reuniam, de cócoras, c... e andando pra nação, pras suas leis, suas instituições, no Alvorada, nas ondas eletromagnéticas dos celulares – diálogos gravados! Enquanto nós, os imbecilizados, bradávamos contra (pelo menos) o roubo do faqueiro de ouro do Costa e Silva, ou, do crucifixo do Aleijadinho (nada de tríplex, ou sítio!), eles já estavam reorganizando o governo: o golpe estava sendo artimanhado  (inventei essa palavra agora!), costurado, e, o que, ontem, era levado em condução coercitiva, agora, do nada, vira ministro desse desgoverno?! Escapa da justiça de Curitiba, toma fôlego, e vai pra foro privilegiado.
A vingança maligna e o golpe do jararaca veio rastejante, entrou no Alvorada e tomou o poder. A jararaca, agora, ri da sua cara, de todas as nossas caras – nunca nesse país se viu tanta safadeza, tanta audácia! O “merda do metalúrgico” tomou o poder numa boa, sem nem um traque!
Hoje, hoje quando escrevo, é o Presidente do Brasil; tirou o jabuti do poste: assumiu a Presidência da República Federativa do Brasil. E, ouvimos sua voz enunciando palavrões, desqualificando o Congresso, o Supremo (acovardados), em diálogo telefônico com Dilma?! Isso pode, “Arnaldo!?” Mercadante, com quem acordei, hoje pela manhã,  agora é fichinha.  
Somos um país governados por bandidos; no Executivo, no Legislativo. Confiemos no Judiciário (?!), que, agora, tem muito que fazer. Aonde andarão as marisas-letícias-roses-eunices-cláudias? Saberão elas dos feitos monumentais dos seus affairs? Ou, estão nos dando uma banana, também, do conforto dos seus lares?
Hoje é dia da deflagração da liberdade total. Tomemos a Bastilha, já! Ah, já foi tomada pelo “camarada da classe operária”! Ah, já? Perguntarão os alienados de domingo, 13 de março. Já! Ela abdicou! Ele tomou o poder! Rui Falcão é o vencedor do Big Brother! Prender delcídio por quê? Soltem marcos-valério! Soltem os zé-dirceus! Liberdade pros vacari! Soltem o “bandido da luz vermelha (Ah, já morreu!); jack o estuprador (ato falho: jacques o estripador – ah, também já morreu!). Soltem Fernandinho Beiramar! Tira a criança do castigo! Solta o Pit Bull! Solta o louro-josé da ana-maria-braga!
Estamos à deriva. Salve-se quem puder! É golpe! É safadeza! É crime! Mas, nós, “dazelite”; e, nós,  os que não somos “dazelite”, mas que têm vergonha na cara, o trabalhador brasileiro que sofre pelo flagelo do desemprego, o aposentado, o raio que o parta, todos nós, não merecemos essa gente!
O Brasil é digno! O país merece respeito! Que a Justiça desse país prevaleça, e o povo se rebele. Não ao golpe! Jararaca presidente, não! Que o Supremo, nossa derradeira salvação se faça presente, e, nos represente.  Dilma morreu! Enterre-se, pois.



Maria Angela Coelho – Professora Doutora e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo

sábado, 12 de março de 2016

A queda da Bastilha - a hora é essa


Chegados são os tempos de dar-se início à deflagração, pelo Bem Maior de um país que mostra indícios de ter-se cansado de ser saqueado. Colonizados, fanatizados, aparelhados, apadrinhados, não; estes não têm porque ingressar nas hostes que almejam um país digno de todo o brasileiro; brasileiro que já foi um povo cuja mescla lhe dava o tom, a graça e o caracterizava. Hoje, tornamo-nos um país de castas. Apesar do artigo 5º da Constituição Cidadã, os direitos das minorias sobrepõem-se aos da maioria, tornando-nos reféns.
 Venho de um tempo em que o estudo era o ethos para uma vida próspera. Pais ofereciam, em verdadeiros holocaustos de abnegação, suas vidas para que seus filhos, ao estudarem em boas escolas, subissem, meritoriamente, os únicos degraus possíveis para alcançarem a realização profissional, a prosperidade, e, por conseguinte, uma vida melhor. Não, não éramos segmentados pela cor da pele, ou em minorias cotistas: pobre negro ou pobre branco tinham de lutar, suar a camisa, gastar os sapatos para subir na vida.
Hoje, diante da caótica situação do país, não podemos esquecer (não dá pra revisitar toda a História) da origem próxima de grandes males que nos afligem de imediato.  Pelo menos da grande responsabilidade de (pelo menos) três heranças malditas do governo neoliberal (tupiniquim) de FHC: (1) o instituto ($) da reeleição; (2) o instituto ($) da privatização; (3) o sucateamento ($) do ensino. Tais como foram realizadas. Dentre outras, todas nefastas para o país.  Por conseguinte, causas imediatas, sim senhor, dos atropelos que nos conduziram ao estado letárgico e à vitimização pelo estelionato eleitoral que nos alcançou e transformou-nos  no que somos hoje: um bando de alienados e zumbis sem alma, garra e fé em um futuro que precisa ser mudado e ser melhor.  
O governo que sucedeu os feitos de FHC sucedeu-o como promessa “divina”, “missionária”, quase como a promessa da concretização do sonho da efetivação da classe operária no poder. Só que essa classe operária, tal logo alçou a governança do país, assim o fez sob as bênçãos, o apoio e a cooptação, já á época, do que havia de mais abominável: a elite branca e de olhos azuis. Com o meu e o seu voto, o “jararaca” subiu aos céus, cumpliciou-se ao que já havia de mais sórdido na política brasileira (Renan e Sarney, vampirescamente, já estavam lá) em prol da manutenção de uma conveniente governabilidade e já a serviço de um Programa de Poder; de Aparelhamento do Estado em todas as esferas e entranhas de ação, que, segundo o Zé, o presidiário, duraria 20 anos. Por causa de FHC, sim, o “filho do Brasil” reelegeu-se; referendou e abençoou o “jabuti no poste”, para mais adiante, e, novamente, por causa do instrumento sagaz e pernicioso oriundo do governo FHC (reeleição), sim senhor, referendar seu “quarto mandato”, conseguindo reeleger e manter o “jabuti no poste” (enquanto seu lobo não vem, em 2018!).  Tudo isso nas nossas barbas, sob a nossa omissão, nossa letargia, nossa conivência, nossa conveniência.
Fato é que a grandeza do Brasil e a prodigiosa riqueza da nação brasileira cegou-lhes os olhos, o caráter, os ideias os valores, as ideologias. Com isso, sob a doença da alma, que venderam, há quase duas décadas saqueiam o país. Usurparam nossas esperanças.
Enfim, nossa pouca percepção política, nosso voto de protesto, nossa cômoda permanência no status quo, mantém o “jabuti” no poste, visto que João Santana - o marqueteiro mequetrefe, corrupto e encarcerado da Lava-Jato- e a mão farta de empreiteiras conseguiram aprimorar, melhor que Marcos Valério, o manejo da corrupção. Alianças vis fortaleceram-se, novas constituiram-se.  Escoadas pelos poros da Petrobrás (mas, também pela vale – bndes – caixa -  oldebrechts – oas – andaradesguierres, etc), nossa riqueza se esvai, nossos recursos se vão, nossa credibilidade já foi.  Nossa pouca vontade de resistir, de reagir, nossa imobilidade transforma-nos em uma nação de zumbis e de consumidores das benesses governamentais. Mas, ainda há quem proponha o basta! Um chega; não dá mais!
Acabou! Com “cara de resignada”, ou não, a queda da Bastilha é apenas uma questão de perseverança e tempo. A carceragem já oferece abrigo a muitos desses poderosos que começaram com nossas moedinhas, na artimanha do Mensalão; outros irão! Fato é que a facção foi desbaratada. O pobre menino; o esforçado metalúrgico, o seu exército e o seu poderoso e engenhoso projeto de poder faliu completa e solenemente. Deu xabu! Fodeu!
Todos temos uma missão nesta vida, da mais simples, a mais complexa; todos! A ganância nunca foi boa conselheira, a perpetuação no poder nunca será uma boa alternativa política. A História Universal nos dá lição e nos apresenta Napoleão Bonaparte em seu esplendor e exilio.
Agora, meus camaradas, só a Reforma Política pode nos lastrear os passos para um futuro decente. Mas, antes, comecemos a faxina, de pronto! Prisão para os saqueadores da nação; para os estelionatários eleitorais; fora, todos, fora! O Brasil precisa seguir enfrente, mas, chega! Com essa gente, não dá mais.
Pelo amor de Deus; pelo amor patriótico; por nossa integridade de brasileiros, seja na forma da Lei, seja no grito da multidão, nas ruas, nas redes, em todos os lugares, gritemos bem alto nossa indignação. Não dá mais pra voltarmos. Zumbis, acordem! A faxina começou, a detetização nos obriga a defenestrar todos os espaços. Comecemos!
Impeachment! Renúncia! Cassação! Prisão! Que seja! De preferência, tudo ao mesmo tempo, de preferência, não movidos pelo ódio. Sem foices, paus, mas com um raiar de esperança, consciência e ação, porque nós podemos mudar o Brasil. Vamos juntos! A resistência apenas começou. A queda da Bastilha é questão de (pouco) tempo!

Maria Angela Mirault – professora, doutora e mestre em Comunicação e Semiótica, pela PUC de São Paulo – http://mamirult.blogspot.co.br

13. -3.2016 – 02h58
www.topvitrine.com.br /www. marcoeusebio.com.br
Jornal Correio do Estado, Campo Grande, MS: 15/03/2016