quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O QUE QUEREM OS MAURICINHOS E PATRICINHAS DA USP, FUMAR MACONHA, É?

Interessante acompanhar a repercussão que a anárquica invasão e ocupação da USP vem obtendo na sociedade e na imprensa. Protestantes mesclam-se sob os mais variados cursos, nos mais diversos níveis, unidos em uma mesma bandeira de libertinagem. Demorou. Pífias apresentam-se à sociedade todas as instâncias por eles provocadas; da reitoria, passando pelo governo do Estado de São Paulo, pelo Ministério da Educação e seu ministro, pela própria polícia, e, por que não, pelo judiciário. A demora na tomada de decisão, com a qual o episódio foi – e está sendo – gerido, é preocupante e arranha a ordem constitucional de toda uma nação. Denota incompetência e ignorância de todos os envolvidos. E medo, muito medo, principalmente, o medo do ano que vem, já que sabido é que o ministro já é um candidato explícito do PT às eleições municipais, na cidade de São Paulo.
Tanta coisa necessitando de mobilização popular dos jovens e adultos brasileiros: tanta gente que sai de casa para o seu trabalho e não volta, mortos como moscas no trânsito, na mira de um fuzil e tantas desgraças mais; tanta indignação legítima para se indignar, principalmente, pela corrupção que assola o País e emporcalha nossas salas, via TV, respingando em nossas roupas e subindo às nossas narinas; tantas mortes nas calçadas em frente aos hospitais; pela falta de escolas públicas decentes, no roubo à infância brasileira, sem creche, sem pão, sem nada... E esses “estudantes” fizeram o que fizeram em prol de um pseudo-direito que atribuem ter três dos seus colegas de fumar maconha, no ambiente universitário? Poupem-nos o dissabor e a perda da esperança.
Vale ressaltar que, embora, seja referenciada no Brasil e no mundo, a USP nunca foi um oásis de candura universitária; que testemunhem os familiares de filhos perdidos e assassinados em trotes violentos e que volta e meia vem a público. Agora, após a morte de um aluno assaltado no campus universitário, num flagrante registro da insegurança do local e que, como providência absolutamente coerente com a causa, policiamento é requerido e acordado, acadêmicos encontrados fumando um baseado no campus, que sabiam policiado, ainda ganham notoriedade nacional? Mundial? Apoio dos colegas, de seus pais, dos pais de seus colegas, de sindicatos, além da omissão do governo? Onde e em que pé estamos? Tem tanta gente boa emitindo tanta bobagem em defesa desses vândalos, que nos causa espanto e embrulha nossos estômagos.
Não, não se pode permitir a politização desse movimento que nada tem a ver com direitos, com repressão e legitimidade. Pois, agora, que a justiça decide pela reintegração de posse do prédio público ocupado, que sejam punidos, fichados, expulsos do ambiente acadêmico que não souberam respeitar, é tudo que esperam os que têm um pouquinho de racionalidade. Que paguem tudo que destruíram do patrimônio púbico. É tudo o que uma sociedade assoberbada de problemas deve exigir. Ou será que fumar maconha em público já é permitido no Brasil e nem os policiais nem resto da nação brasileira disso sabia? Se pode é já é permitido, então, avisa lá!
O que querem, então, os mauricinhos e patricinhas da USP? Espero que se tornem exemplo, sim. Exemplo do que não se pode e não se deve fazer em um ambiente universitário, com o patrimônio público. Que a sociedade brasileira seja respeitada. Que as autoridades a quem cabe gerenciar essa crise, que já foi longe demais - sem violências de qualquer espécie - tomem as rédeas da situação que já se apresenta insustentável, insuportável. Que o ministro se manifeste com rigor e eficiência, que a polícia aja, que o reitor acorde, que os pais dos anarquistas atuem. Punição para os rebeldes sem causa e sem razão. E que o dinheiro da fiança paga por sindicatos seja restituído vintém por vintém. A luta e o protesto dessas pessoas é ilegítima, ilegal e inconstitucional. Enfim, por que os uspianos que lá não estão não se rebelam também? Por que se omitem e continuam suas vidinhas corretas sem nenhuma alteração.? Acordem! Acorda Brasil.

MARIA ANGELA MIRAULT – Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo

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