terça-feira, 28 de outubro de 2014

SE O PT NÃO MORREU ESTÁ NA UTI

Numericamente falando, a causa é essa: 3,28% dos votos válidos – repito, válidos, eliminadas as abstenções - tiraram de milhões de brasileiros a esperança de mudanças de rota para o caminho de um futuro mais digno para nosso País. Isso é nada! São apenas pouco mais de 4.600.000, de um universo de 142.800.000 eleitores (praticamente o número de eleitores do Pará), que permitiram esse acontecimento trágico e vergonhoso para a nação brasileira. Há muito mergulhada em profunda crise de valores, ingressará, agora, com propriedade e competência, em 2015, com os dois pés no “inferno de dante”. Mas ... essa cota que nos levará à ruína, também, pode significar tudo! Tudo! Mesmo para o mais xiita e, ou, o mais ingênuo adorador do PT, o quarto mandato de “puder” (sic) prenuncia, por si só, a internação do partido na UTI, quiçá os aparelhos que o mantinham tenuamente vivo tenham sido desligados, nesse 26 de outubro, e sua morte - já que ideologicamente vem aos poucos definhando – já tenha ocorrido, faltando apenas um Dante para anuncia-la. Agora vamos às contas desse veredito tenebroso final. De 142.800 milhões de eleitores aptos a escolherem mudar o país, 27,7% de Pilatos lavaram suas mãos omissas, ficaram em casa, foram passear, assistir o faustão, foram pro raio que os partam e preferiram chafurdar em seus domicílios eleitorais, com seu copinho de brama e 51, nas mãos . Dos votos que o TSE considera válidos, ou seja - tirando esses apátridas de 27% - sobraram 113.400 milhões de votantes, certo? Destes, pouco mais de 51,64% (54.500 milhões) deram a vitória à Dilma, contra os pouco mais de 48,36% (51 milhões) de votos em Aécio. Se somarmos, os 51 milhões de votos válidos dados a Aécio (48,36%), aos pouco mais de 4 milhões e 600 mil (27,7%) dos que não estão nem aí e sequer se deram ao trabalho (até de se vender) de votar, somos 75,43 % de brasileiros que não queríamos e NÃO QUEREMOS Dilma e sua camarilha no poder por mais 4 anos. Sem falar nas possíveis, previsíveis e até anunciadas manipulações das urnas, se esta fosse uma eleição para síndico de prédio esses números dariam o maior quebra-pau, entre os condôminos. Mas, por enquanto, no mundo dos brazis-divididos, ainda não, embora, haja vestígios de pólvoras, reação e revolta aqui e ali. Desse modo, fria e calculadamente - tomada por minha formação, vivência histórica, somadas a minha extrema lucidez cívico-política e dever - tenho a audácia de prognosticar que Dilma, embora, reine, agora, não governará. Michel Temer e seus comparsas - visíveis e invisíveis - filiados ao partido, ou locupletados pelo PMDB continuarão mandando nas cartas. O PT, meus amigos, aquele da militância que tomava as ruas e entusiasmava o povaréu, já era, foi pro saco e já não pode nos assombrar mais. O país, caros colegas, cientistas políticos e marqueteiros, não foi dividido, nestas eleições, porque 2/3 não é metade dos eleitores e muito menos dos 202,7 milhões de brasileiros. Essa contundente maioria não optou pela reeleição e manutenção do PT no poder. Quero ver "dilma-coração-valente" dar conta do recado e da encrenca em que foi metida; com dois terços da população eleitoral na oposição ao seu (des)governo. Quero ver calar o rumor e a baderna que já tomavam as ruas, nossa segurança e expectativa de paz. Só se Temer quiser, o impeachment não ocorrerá. Mas, se ele quiser a legitimação de fato do poder, Temer - além de continuar governando o país, mantendo na água morna, por um tempo, o rescaldo dos petistas, sob o tacão de suas botas, enchendo a administração com suas mais de 3 dúzias dos seus inócuos e corruptos ministérios (ah! Gleise Hofman e Delcídio serão ministros) – logo-logo dará vasão ao processo de impeachment da presidANTA das minorias. Aí, então, Temer ocupará o trono da nação brasileira. Mas...se; se nós, que ‘fazemos parte dessa massa’ dos 75% que não quer Dilma nem PT no poder, quisermos, agirmos, ela não governará esse pequeno feudo de 1/3. Se os 75% quiser - isso, se os 27% deixar de expor a bunda na janela e deixar de ser babaca - e saírem, aqui e ali e acolá, pipocando e ocupando wall street de Norte a Sul do país politizado, MUDAMOS DE FATO A HISTÓRIA DESSE PAÍS. O certo é que a ELEIÇÃO DA SÍNDICA PODE TUDO SUSCITAR. Tudo pode acontecer. Porém, o pior dos infernos mesmo é que, também, TUDO PODE FICAR COMO ESTÁ, ENGASGADO NA GOELA DA BOA GENTE BRASILEIRA, E, NADA, ABSOLUTAMENTE, NADA, ACONTECER. Aí, toda aquela babaquice da mobilização espontânea de milhões de brasileiros, de que participei, em junho de 2013, terá sido em vão, porque terá sido mesmo por vinte centavos (e, eu tenho carro, PÔ!). Decerto mesmo é que a bola bateu nas nossas costas, doeu, sangrou, sujou a camisa e rasgou a alma, mas, voltou pra gente. Aliás, essa bola sempre esteve com a gente. ACORDA, BRASIL! Maria Angela Coelho – professora doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo http:mamirault.blogspot.com.br Publicado, em 30.10.2014, no jornal Correio do Estado, Campo Grande, MS

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