sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Carta aos Filhos que se divorciam dos pais

 



Recentemente, quase tod(e)s soubemos que, em algum lugar do mundo, uma mãe movera uma ação judicial com intuito de retirar dois filhos adultos (mais de 40 anos) de sua casa. Nesse mundo convulsionado em que vivemos, fatos que expõe a privacidade de uma família - onde, outrora, todas as mazelas aconteciam ocultamente - não mais fenecem em seu analógico ambiente de origem e reverberam incansável, infame e indefinidamente no ambiente digital, pelo (misterioso) mundo dos algoritmos.  Ao rolarmos os dedos em simples ato no celular, não é incomum surpreendermo-nos pela impactante captura dessas nesgas de realidade. Por esse mundo-novo, capturado por uma câmara qualquer, também pudemos testemunhar o abandono de um pai-cadeirante por um de seus filhos, na calçada da casa de outro irmão. Contudo, no mundo analógico das Varas Judiciais de Família, no campo dos Direitos Difusos do Cidadão, se configura a detecção de outro tipo de distorção nesse “comercial-familiar-de-margarina”, validado, extraoficialmente, por ditas e reconhecidas concepções e práticas de pessoas-e-famílias-de-bem, as quais, até cultivam e propagam alguma fé religiosa. A essa distorção é o que designo por “aborto-tardio” e “divórcio dos pais”.

Talvez, sejamos, aquela geração de pais que, sem bússola e inadvertidamente, vivemos – e, pagamos caro por isso - a juventude do século passado. Aqueles que intentaram uma educação moderninha e adocicada da figura materna da mãe-irmã e do pai-amigo na vida dos nossos filhos. Nós, mulheres aguerridas, acreditávamos na busca irrefreada do sucesso profissional e financeiro, conciliado com o sucesso no lar, mesmo que sob o arrasador regime da tríplice jornada de trabalho (quase que, reconhecidamente, escravo). Nossos filhos foram, sim, criados sob o escambo da troca do afeto por muambas compensatórias. Hoje, nossos mesmos filhos quarentões já foram “encaminhados” na vida. Porém, hoje, também, muitos deles não nos querem por perto dos seus feitos e dos seus êxitos. Alguns de nós ainda tentam sobreviver, contrabandeando pingos de afeto, na figura dos netos. Outros, jazem, surpresos, julgados, condenados, sentenciados, e, abandonados nas calçadas da vida.

O “divórcio” afetivo dos filhos em desfavor dos pais está por merecer um rigoroso e digno estudo antropológico-semiótico, de especialistas afins. Ególatras, alienados e ingratos, sequer se deram conta de que a vida que aqueles (maus) pais gestaram lhes ofertou algo inegociável: um lugar no mundo. Um lugar pelo qual, esses pais, por si mesmos, já seriam dignos e detentores de respeito; representantes que são de todos aqueles que lhes antecederam na fileira incontável da ancestralidade dos que vieram, antes, construir-lhes o trilho por onde, hoje, passam.

Bert Hellinger, o codificador da moderna Constelação Familiar sabiamente designa: “ao filho cabe ‘tomar’ aos seus pais. Isso é muito mais do que amar, respeitá-los e honrá-los. Significa, o reconhecimento dos seus lugares inalienáveis de pertencimento na hierarquia da vida. Não cabe ao filho-adulto-mal-educado (e mimadinho) decidir impunemente pelo abandono de todos que, por seus pais, lhes vieram antes, desonrando sua origem, sua cultura e seu sistema familiar, impedindo que o fluxo da vida chegue e se perpetue em seus descendentes. Ser filho adulto implica sobretudo em cumprimento de deveres e obrigações já inscrita no código da vida e já escritas nos códigos e leis judiciais vigentes.

A figura ímpar da mãe e do pai jamais deveria ser vilipendiada pelos ditos e não-ditos de uma filiação opressora que se decide pelo abandono e o divórcio, unilateral, inefavelmente oculta, silenciosa e implacável.  Sobretudo, porque as leis da vida clamam e exigem a restauração, a perpetuação e o cuidado na manutenção desse vínculo inquebrantável, e nada ocasional, entre pais e filhos; e filhos dos filhos e dos filhos dos filhos, ininterruptamente, ao longo do tempo, indefinidamente. Voltemos nossos olhos e sigamos os passos dos nominados e reconhecidos filhos de Abraão e toda ancestralidade bíblica daquele que veio ao mundo difundir a mínima possibilidade da instalação do amor entre  todos nós, filhos e pais ainda em escalada da perfeição.

 

Campo Grande, MS, 10 de novembro de 2023

Maria Angela Coelho Mirault

Professora Doutora em Semiótica pela PUC de São Paulo

Consteladora e terapeuta familiar



segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Eu quero saber

 


Tudo!

Como foi... Porquê... Quem... Como!

Saco(la) cheio de ouvir a palavra "incompetência", “omissão”, “apuração desse, daquele, do outro... do Saci! Estão trocando os significados das palavras que traduzem os fatos de uma realidade captada por drones, câmeras de segurança, de celulares e transmitidos ao vivo por emissoras de tevê – invadindo o sossego de uma singela tarde de domingo-netfix. Aconteceu tudo diante dos nossos olhos e debaixo dos nossos narizes. Nós vimos!

Com o passar do tempo, é bom que se registre, novos fatos, novas conexões, novas imagens, novas palavras, tratativas, novos registro foram configurando e dando compreensão a um quebra-cabeça de milhares de peças. E quanto mais peças encontram seu lugar nessa hedionda configuração, dando mais luz aqui, um pouco mais ali, uma quase totalidade da mídia “nacional” deu início à Operação - do que já vivenciamos em outros momentos nefastos na história do nosso país - de pautar a verdade; alterar códigos; tirar o sofá da sala; instaurar, e, sorrateiramente, produzir e reverberar uma narrativa higienizada. A novilingua, começa a se infiltrar, invadir mentes incautas e dominar os noticiários, interpretando, distorcendo e impondo a forma como veem as imagens captadas aqui e ali pelas câmaras que - fiéis aos acontecimentos - desenharam e retrataram os acontecimentos, que a gente viu (ora, bolas!) e, agora, a gente vê (ainda) mais.

 

O Dia da Infâmia é um dia pra ser dissecado por inteiro, na mesa de autópsia; ser entendido e não ser esquecido por nenhum de nós. As palavras têm significados constituídos ao longo do tempo nos códigos do imaginário comum; ocupam uma semiosfera onde se registra a História da gente; dos povos; do nosso país; do mundo. Termos como invasão, ocupação, usurpação, baderna, crime, incompetência, responsabilidade, depredação, inocência, averiguação, punição, manifestação, pacificação, ordem, liberdade, forças, instituição, Constituição... têm decodificações quase que precisas. A palavra golpe também a tem! Não vi, não sei, não estava lá, esqueci... não valem nessa hora aziaga pela qual atravessamos c-o-l-e-t-i-v-a-m-e-n-t-e. Nós, os 50,90% (60.345.999), nós, os 49,10% (58.206.354) estamos vivenciando o depois; o Agora. Parou! Chega! A diferença -  que até cabe em uma sacola de mercado - foi a suficiente para que a Democracia fosse e permaneça imperativa. Que siga o baile e a História: quem ganhou governe; quem perdeu espere o próximo bonde! É assim. Está assim: USVs sem bandeirinhas; camisas amarelinhas nas gavetas; hinos e marchas dentro dos quartéis.

Não, não é suficiente pegar o bando de zumbis, analfabetos funcionais e políticos que perambularam física e dementemente depredaram as instituições democráticas da Praça dos Três Poderes, fluindo leves e soltos por Brasília como se fosse Carnaval. Não é suficiente isolá-los na Papuda, ou na Colmeia, nem os liberarem portadores de novos apetrechos (que alguns até ostentam com orgulho) nos tornozelos. Não é.

Buscar os idealizadores, os que tinham mando pra mandar... os (sabidos) articuladores... os roteiristas da trama e  deixar tudo muuuuito claro, nesse filme de terror em que a Pátria foi vilipendiada, anarquizada, ferida é o que urge.

Está tudo claro. Claríssimo. Mais do que nunca imagens captadas falam mais do que mil palavras; elas, minuciosamente, dizem tudo. Transparência, senhores! Eu exijo!

Sobre o Dia da Infâmia que nos assolou em 8 de janeiro...

EU QUERO SABER TUUUUUDO!!!!

Professora Maria Angela Colho Mirault

Doutora em Semiótica

 

sábado, 29 de outubro de 2022

É Tempo de Celebração

 



O Brasil precisa e vai voltar ser mais feliz, harmônico e amoroso.

A Alma da Pátria de degredados, pobres e excluídos não será capturada!

Há uma Ordem. Essa ordem é Divina e inquebrantável.

Sob os Desígnios de Deus, a Vontade Vigilante de Jesus e a Guarda Diligente de Ismael, tudo será dizimado pela Força da Luz que já emana do Alto do Cruzeiro, no céu abençoado do Brasil.

O predestinado volta e com ele a Alma da criança, do jovem, do adulto e do idoso brasileiro; a vibração dos que partiram como mártires desse tempo obscuro pelo qual passamos, volta a sorrir.

É e será o começo do fim do fundo do abismo a que nos permitimos lançar, inebriados pela “mensagem” do mensageiro da ilusão, da mentira e da reverberação das Sombras, que não só tentam voltar do passado, mas fixar-se na Pátria do Evangelho.

Não é mais! Tudo mudou. O mundo muda! O Brasil muda! O exército do mal foi instado a se afastar, pois não há mais lugar para a manutenção sombria do engano, muito menos do ultraje  de Almas incautas capturadas. Todos acordarão. Todos!

É hora de AGRADECER e OFERECER tudo o que pudermos para que aqueles que permanecem no erro por interesse ou fixação se libertem, cada um no seu tempo, rumo à Nova Terra e a um Novo Tempo que de há muito já reside no Horizonte da Pátria Brasileira.

A hora é de LIBERTAÇÃO das CONSCIÊNCIAS!

Vibremos no AMOR e na PAZ. Tudo já foi preparado. A CEIA DO SENHOR está em festa, e, à partir de então, mais uma estrela no Céu fulgurará.

Comemoremos!

Confiança!

Fé!

Determinação!

A Ceia preparada espera por todos. ´

É TEMPO DE CELEBRAÇÃO!

FESTEJEMOS, POIS!

Por Maria Angela Mirault, em nome de Todos Nós/ MENSAGEM SOB INSPIRAÇÃO NA NOITE DE 29.10.2022, às  21H30

domingo, 16 de outubro de 2022

Como micro-organismos



Foi a curiosidade filosófica ancestral de explicação do mundo que desvelou leis e verdades absolutas sobre tudo. Por um tempo esse paradigma que deu origem à Física Clássica nos contemplou. Contudo, foi a dúvida e a insubordinação filosófica debruçada sobre os mesmos fenômenos que nos legou um novo jeito de olhar e tentar compreender o que existe fora de nós. A partir de então, iniciou-se uma revolução epistemológica. Há, sim, um novo e surpreendente modo de olhar o tudo. Paradigmas inalteráveis foram ampliados. Há que se considerar, a existência de um ente que olha, determina o que vê, o transforma e nada mais é o que é. Mais ainda: não há um lugar fora a ser apreendido; as coisas não são como são, mas, como somos aptos a vê-las. São, portanto, o que nos parecem ser. O que vejo (se destaca de um todo), me vê também. Há um corte e um foco e esse foco destaca, do corte que fiz da realidade a qual direcionei meu foco e a co-criei. Nova fórmula de decodificar o mundo, as pessoas, as ideias... se impõe. Se estou interessado em direcionar meu foco em um “ford-k”, o “ford-k” passa a se interessar por mim; aí, só vejo “ford-k”; não vejo “ferrari”, “mercedes”, nem “fusca”. Tem gente que sabe intuitivamente usar isso a seu favor e em prol de sua ideologia: fala o que se quer (ou, se pode) ouvir. Líderes totalitários (de todos os tipos e seitas) o fazem bem.  Seja lá porque o recorte – e o foco - se assemelhe ao nosso, seja porque o nosso se assemelhe ao deles. De semelhança em semelhança, comunhão em comunhão, uma egrégora é formada; lugar do imponderável, onde dormem as verdades, que, acolhidas, dão lógica a tudo. Na egrégora pertencemos; pensamos e agimos como manada, irmanando forças e dando energia e forma ao todo.

Uma egrégora é a força inefável, não verificável, não visível, não mensurável formada a partir de campos de energias comuns e coletivas de pensamentos e sentimentos; de olhares peculiares sobre tudo. Esse campo - de códigos comuns e sentimentos similares - se forma e é mantido por padrões frequenciais vibracionais de um determinado grupo de adeptos. Essa semiose de significações contida nessa semiosfera de simbolizações do real – inapreensível em sua objetividade – forma o caldo onde moram as ideologias, as concepções, os “eu-acho-quê”; em seu extremo, o fanatismo e o fundamentalismo. Não são amorfas, ou inocentes, são altamente infecciosas; buscam uma homeostase no fluxo dos seus semelhantes, e, como todo micro-organismo que se preza propaga-se aleatoriamente, desde que captada pelo recorte de quem se identifica, olha e recorta esse pedaço do todo, dele se apropria e nele passa a sobreviver.

Não há jeito; somos facções polarizadas por processos de homeostases singulares. Neste momento, especificamente, constituímos e habitamos egrégoras física e extra-física impermeáveis. Queiramos ou não, optamos por fazer parte de uma delas, seja por inclusão, seja por exclusão. Do mesmo modo que a vemos, ela nos vê, e, tal como seus componentes, captamos, compreendemos e expressamos o que vemos.

Ninguém vê “ford-k” quando foca em “Ferrari”. Resta-nos saber que, em busca da homeostase, devagarzinho, somos nós quem nos deixamos capturar por essa ou por aquela egrégora; aquele campo de força de energias comuns. É bom saber que as egrégoras não morrem; organizam-se homeostaticamente. E, assim, o ato de pertencer e de se alinhar a essa ou aquela é de nossa inteira responsabilidade. Melhor: podemos abandonar um campo patogênico de produção de doenças, e, migrar para outros que nos ofereçam inúmeras e benéficas possibilidades. Sobreviver é preciso; saber o como é arbitrário e pessoal. Podemos optar simplesmente em sermos patógenos, ou antígenos; fungo ou penicilina; vírus ou vacina.

Maria Angela Coelho Mirault

Professora Doutora em Comunicação pela PUC de SP

Campo Grande, 19.09.22

 

 

 

 

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Torre de Babel


 


Embora alguns ainda creiam possíveis alterações do cenário, os campos estão delimitados, demarcados, intransponíveis e deflagrados. Vai haver embate e Plebiscito, sim. Há um ruído retumbante para o estabelecimento de qualquer entendimento entre os combatentes: quem é quem já o é e ponto final. Tudo agora é possível diante da escolha de Sofia. Somos todos, sob o mesmo “pavilhão de justiça e do amor”, o mesmo “pendão da esperança”, nós e eles.

À luz de teóricos e teorias respeitáveis, concebi a tese de que a Cultura é um ruído considerável (de qualquer possibilidade) para o estabelecimento da comunicação. Esta, sim, um fenômeno imponderável e submisso a um sistema de códigos, premissas e verdades intrafronteiras semióticas - lugar onde se dá a captação, a interpretação e a compreensão de um mesmo fenômeno. É assim que todo processo de estabelecimento da comunicação se dá em um ambiente circunscrito a um contexto habitado pelas concepções culturais peculiares que, nós, estudiosos, denominamos semiosfera.  É por isso que ninguém entende ninguém; cada lado da trincheira detém um peculiar patrimônio cultural que lhe confere certo padrão de organização “do mundo” e lhe confere a singularidade do seu ambiente ecologicamente semiótico, único em sua complexidade, e, pelo qual - é só pelo qual – é capaz de enxergar, captar, interpretar e expressar o outro, a vida e o que lhe aparenta ser, pois é esse contexto semiótico - e espaço de lealdade que lhe abriga - que o mantém na singularidade de pertencente a uma ordem e reconhecimento social, mesmo que anticivilizatório.

Agimos com o modo como codificamos e decodificamos o mundo. Cada “lado” do embate que se confronta é composta e alimentada por miríades de microculturas individuais, que, somadas, dão o contorno final daquele campo maior; todas as concepções individuais forjadas ao longo da vida fornecerão os ingredientes do fechamento das convicções; absolutamente inatingíveis e abertas à outra forma de concepção de mundo.

Dado ser a Cultura a memória não hereditária, significada, armazenada e transmitida por um grupo aos seus iguais, é, também o lugar propício à ressignificação de códigos de linguagens do outro, do desigual, do diferente, desde que em prol de um mínimo de entendimento e compartilhamento de ideias e ideais.  Existe, sim, uma região de fronteiras intersemióticas, bilíngues de culturas distintas que necessitam intercomunicar-se e relacionar-se dialogicamente. Existe, sim, um lugar que permite tanto a internalidade quanto a externalidade de “verdades”. Nessa região limítrofe e porosa de fronteira-cultural, a troca de informações entre sistemas aparentemente incomunicáveis, é possível, porque, viver é justamente ser capaz de ressignificar e confrontar códigos de lealdade; superar esses códigos de forma majorante; abandonar premissas; aceitar e adquirir novos contextos de compreensão do mundo e da vida; agregar; compreender; se preciso, mudar de opinião; de rumo; de cara; de identidade. Irmos ao encontro do outro, do divergente, do aparente inexpugnável é objetivo da própria vida.

O fechamento espiritual-cultural a que nos submetemos evidencia-se porque ainda carecemos de figuras mitológicas que nos justifiquem o que somos e aos nossos atos. Mas, urgente é, nesses tempos trevosos, que, àqueles a quem foi dado enxergar - nesse espaço de fronteira intersemiótico - continue a ver; a analisar e a acreditar na construção de um novo paradigma ético-político-social que nos permita a imprescindível interlocução entre os entrincheirados de agora. Nem nós nem eles: todos estamos conflagrados aos resultados nesse plebiscito imposto pela Torre de Babel Cultural a que nos colocamos. Quem viver, e enxergar, verá. Que o Espírito Democrático do Tempo prevaleça dentre e entre nós, em Terra de “Santa” Cruz.

 

Maria Angela Coelho Mirault

Professora Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC de  SP

Campo Grande, MS, 3.08.2022

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

A HORA É MUITO GRAVE E ESTAMOS MUITO PRÓXIMOS DO PRECIPÍCIO

Eu estou pensando na gravidade em que estamos TODOS envolvidos. O mundo em estado de guerra (última guerra!). Nós, aqui, sofrendo as consequências de uma Democracia em estado terminal (tanto que necessita de manifestações da sociedade e de cartas para manifestação do óbvio). Prova cabal de que estamos diante de Instituições pífias que deveriam defendê-la, independente do nosso apelo, mas foram sequestradas pelo pior do nosso DNA social e político

Elegemos esse palhaço-terrorista-indisciplinado, em 2018, com raiva e ódio no coração e mente. Elegemos um criminoso, palhaço, inconsequente, sem caráter, enlouquecido e ameaçador. E, que - graças a Fernando Henrique (não nos esqueçamos desse aí!) que "comprou" todo um Congresso com sua proposta imunda de reeleição – se mantém no trono, mais como marionete e bobo da corte do que governante; mas, um bobo-da-corte de alta periculosidade com sua caneta bic ainda em mãos, mantido por seus cúmplices aliados em um projeto de sanha pelo poder, simplesmente, o poder e as benesses do poder. Um país nas mãos de um condenado do mensalão, que senta no Congresso e suja a cadeira com suas artimanhas macabras diuturnamente. Gente, que nos parecia de boa-fé, subjugada, obsediada, sequestrada mental e espiritualmente, participante de uma Erégora de mortos que, de onde estão, urram por justiça; almas que foram assassinadas pelo descaso e ações do negacionismo, insensatez, crueldade. Todos liderados por um ser abjeto que está no quarto “casamento” e se manifesta dentro dos templos-de-barrabás como “defensor da família”. Ódio atrai ódio. Foi nosso ódio, que nos levou a acreditar na "farsa da faca" tramada por um moleque. Foi nosso ódio, reação e oposição a um governo que se mostrou corrupto durante 14 anos, que conseguiu driblara todo o aparato de justiça desse país e catapultou nossas mentes em favor do miliciano. Condenamos o ladrão e escolhemos barrabás.

Temo 2023, Nem um dos apóstolos d Cristo conseguiria – conseguirá - levantar o Brasil que lutou arduamente por sua Democracia, pós ditadura militar...

E é daqui mesmo, do meu lugar de indignação e fala, que pergunto aos céus: tinha de ser no colo das gleiesses, dos gedéis, dos eunícios? De um lula-ancião, caquético e fragilizado (e que não foi inocentado!) e toda a canalhada que o apoia e apenas substituirá a outra canalhada?

Triste de nós. Povo triste, faminto de pão, de circo, de educação e de saúde. Miseráveis é o que somos e continuaremos a ser. Brasil imundo, enxovalhado, acovardado. Seja o que for, tudo nos conduzirá à manutenção do caos.

Resta-nos as Forças do Bem - se insistirem a nos encaminhar -pobres e culposas ovelhas burras, ignorantes e desgarradas; religiosas até - porque vem das igrejas, dos templos a colonização de muitas dessas almas: católicas, evangélicas, espíritas...) e desgarradas.

Quem será por nós?

Que o inferno – e a Egrégora dos mortos pelo negacionismo – os aguardem com Fé.

Eu assinei o manifesto, mas, não sou louca. sei que isso não basta. Estou fora dessa dialogicidade-suicida e espero que os Céu consertem o que não podemos consertar; expulse os satanases da garganta do nosso povo e liberte nosso amado Brasil!

 

Profa. Dra. Maria Angela Coelho

05.08.2022

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Quem são elas

 


Todas... todas estão a serviço da Vida. Um mistério insondável envolve esses seres que - a partir da semeadura em um Big-Bang-biológico-epiritual - dão a luz a outro ser, vindos de outro mistério e que aportam o mundo para sua singular jornada. Parte da ciência assegura: como tudo o que vive, são feitas de poeira estelar. São, antes de tudo, uma subespécie - ou sobre-espécie- existente em todo o espectro feminino-ecossistêmico-animal. Dizem que as mães nascem com instintos que emergem ao se transformarem naquelas que - ao transmitirem o mistério da vida- são responsáveis pela preservação e continuidade da própria existência terrena. Basta a observação do mundo animal para a constatação de que é por esse intermédio que a própria lei da Natureza determina a existência e a sobrevivência de todas as espécies. Afinal, mesmo sob os avanços científicos das barrigas de aluguel, inseminações artificiais, o começo de tudo se encontra na constituição do único ser passível de concretizar o sopro divino em vida.

De certo, há um mistério envolvendo essas a quem se determinou a corresponsabilidade pela continuidade da existência na esfera planetária. São naves que interligam mundos diferentes; transladam existências e fabricam seres os quais, desde que semeados, chegam com toda sua complexidade bio-existencial para adentrarem o privilégio de cursar suas próprias experiências existências. São, sim, criaturas interestelares. Não exercem papel, ou fortuita missão; são mistérios gerando mistérios na igreja bendita do seu interior. São elos que ligam toda a herança ancestral - física (DNA) e informacional; que liga o passado ao futuro. É desse lugar - e somente desse lugar - que todo passageiro chega ao seu destino, tendo experimentado tudo que necessitava durante essa imperscrutável jornada. Nesse aspecto, toda mãe cumpriu sua missão de mediação entre o sagrado e o profano, interligando mundos distintos.  Muitas só fizeram isso, porém, por mais paradoxal que seja, isso foi e é tudo. Todo viajante trouxe, por essa vinculação, a experiência da abundância e do sucesso de sua própria frutificação.

Muiiiiiito recentemente o pesquisador e sintetizador das experiências que fez ao longo de sua abundante carreira, Bert Hellinger, veio nos desvendar a grandiosidade do vínculo que se estabelece nessa composição inigualável entre mães e filhos.  Por essa proposição, todos os indivíduos conheceram o primeiro e imprescindível sucesso de suas vidas no ventre materno. É desse lugar que tudo lhe é graciosamente ofertado para aportar nessa vida. Vem desse corolário de conhecimentos e experimentações a concepção sistêmica de Campo (de informações) Morfogenético, segundo o qual vidas se interagem e todos fazem parte. Desse modo, a singularidade da maternidade e esse consequente vínculo é O Mistério inigualável e indestrutível muito além do aparente e concebível. À luz da abordagem sistêmica, pode-se concluir: mães são naves-espaciais e especiais – carregaram (e carregam) todo o mistério da co-criação; elos pelos quais não só é concebível a perpetuação da vida, como manutenção das memórias ancestrais oriundas do campo-genético-informacional tangente e vigente em conexão permanente.  

 

Campo Grande, MS, 05.05.2022

Maria Angela Coelho Mirault

Mãe